Captado com a devida vénia de "PENSADOR"
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Do justo e duro Pedro nasce o
brando,
(Vede da natureza o desconcerto!)
Remisso, e sem cuidado algum, Fernando,
Que todo o Reino pôs em muito aperto:
Que, vindo o Castelhano devastando
As terras sem defesa, esteve perto
De destruir-se o Reino totalmente;
Que um fraco Rei faz fraca a forte gente.
in, Lusíadas - Canto III -
estrofe 138
No verso quinto desta estrofe, alude Luís de Camões à invasão de Portugal em 1369 pelo rei Henrique II da Castela, estando o rei D. Fernando de Portugal a gozar o seu ócio em Santarém, enquanto, surdamente se iam completando os dias que desembocaram na crise de 1383 a 1385, resolvida com a ascensão ao trono do Mestre da Avis, D. João I.
Em traços largos - e muito largos - é este o encadeamento histórico, cuja génese mereceu a Luís de Camões o verso imorredoiro: Que um fraco Rei faz fraca a forte gente.
Não se julgue, porém, que este verso do épico não tem actualidade, porque a tem pelas cedências e reversões de medidas sócio-económicas a que temos assistido por parte de um governo - por ele mesmo constituído à sombra de uma Constituição que o permitiu - e que faz gala em mimosear o povo com a brincadeira "das vacas que voam"... se para tanto for preciso ter arte e engenho... só que, corremos o risco de continuar correcto no tempo que passa o verso de Luís de Camões: Que um fraco Rei faz fraca a forte gente... e isto é possível, porque as palavras dos génios são intemporais!
- Qual a saída?
É simples: que haja alguém em Portugal que provoque novas eleições e delas - de um partido ou de uma coligação pré-constituída antes do acto eleitoral saia um governo legitimado pelo voto popular - e, como tal, possa actuar e ser forte... sem cedências factuais que é aquilo a que estamos a assistir, por demais!
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