PELA PÁTRIA
Ouve, meu filho: cheio de carinho,
Ama as Árvores, ama. E, se
puderes,
(E poderás: tu podes quanto
queres!)
Vai-as plantando è beira do
caminho.
Hoje uma, outra amanhã,
devagarinho.
Serão em fruto e em flor, quando
cresceres.
Façam os outros como tu fizeres:
Aves em Abril que vão compondo o
ninho.
Torne fecunda e bela, cada qual,
A terra em que nascer: e Portugal
Será fecundo e belo, e o mundo
inteiro.
Fortes e unidos, trabalhai
assim...
- A Pátria não é mais que um
jardim
Onde nós todos temos um canteiro.
in, A Criação (Vida e História das Árvores)
- 1913
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Eu não desconheço o motivo que tem motivado o esquecimento do Poeta António Correia de Oliveira pela in(cultura) literária que se instalou em Portugal com a Revolução de 1974, onde só têm valor os literatos que de algum modo, nunca apareceram conotados com o Estado Novo.
António Correia de Oliveira, gostem ou não, foi proposto em 1933 para o Prémio Nobel da Literatura, não tendo sido escolhido, precisamente, porque este prémio literário desde muito cedo passou a ser politizado com uma dada corrente que levou até ele José Saramago.
O Poeta de S. Pedro do Sul, filho adoptivo de Esposende, onde casou, foi um grande português que amou Portugal e se as suas poesias, aqui e ali, reflectem o grande patriota que ele foi, o que não restam dúvidas, é que este soneto patriótico que convida os seus concidadãos a trabalhar fortes e unidos, só para quem tem o sentido malévolo de não ver no artista-poeta o desejo sincero de se trabalhar assim para a Pátria ser respeitada, é que em vez disso, o passou a denegrir, alinhando-o com o pensamento político instalado no seu tempo, o que sendo verdade, não foi um crime.
Crime, será o daqueles que nos pós 25 de Abril, na Pátria, que não é mais que um jardim / onde todos nós temos um canteiro, não tivessem sido capazes de estancar a emigração que já havia e que tem continuado até hoje, na contínua procura de achar lá fora o tal canteiro que António Correia de Oliveira desejava que todos tivéssemos em Portugal, pelo que, esquecer este insigne homem das Letras Portuguesas para por em seu lugar uns certos "baladeiros" é obra que não devia honrar o poder actual... porque eles cantam em cima da desventura em que caímos, quando deviam cantar à honra e à glória da Pátria que somos e em que, só unidos é que a podemos resgatar.
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