Pesquisar neste blogue

terça-feira, 17 de maio de 2016

Uma vergonha citadina!


Aconteceu, hoje.
Esperava o transporte público numa paragem que existe defronte da Monumento aos Mortos da I Grande Guerra, na Av. da Liberdade, simbolizando na massa escultórica o dia 9 de Abril de 1918, aniversário da Batalha de La Lys, onde a 2ª Divisão do Corpo Expedicionário Português (CEP) foi completamente desbaratada e onde morreram muitas vidas, entre elas a de uma que ficou para a História: a do soldado Milhões, por ter ficado sozinho a lutar contra o inimigo.

Deve-se este Monumento a uma Comissão Nacional a que meteu ombros Magalhães Lima, tendo sido colocado a primeira pedra pelo então Presidente da República, Dr. António José de Almeida no dia do aniversário da Batalha de La Lys, em 1923 e tendo a sua inauguração ocorrido 1931 pelo General Óscar Carmona, Presidente da República e pelo General Vicente de Freitas, à época, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

...................................................................................................

Neste fim de tarde, olhei longamente aquele Monumento e vi como a figura da Pátria - em pedra - coroa o soldado moldado em bronze e, como, ladeando-o, duas figuras de forte porte sustentam a Pátria, apresentando nos rostos o esforço supremo daquele gesto.

Depois, os meus olhos caíram estupefactos para a sujidade do Monumento vergastado pelas intempéries de muitas dezenas de anos, mostrando o abandono da Câmara Municipal de Lisboa, algo que em nada abona, os que têm tido a honra de presidir à maior edilidade de Portugal, como se a lembrança dos soldados portugueses mortos na terrível batalha do vale da Ribeira de La Lys, não merecesse que aquele Monumento apresentasse uma "cara" lavada.

Chegou o autocarro, mas como antes tinha feito a foto que se reproduz, deixo aqui o meu reparo - que acompanho com a foto - e alguma tristeza pelo abandono deste simbólico Monumento que evoca as 25 mil vidas de soldados portugueses que se perderam, num sacrifício inútil, como se não tivesse havido uma I República e o envio do CEP não tivesse dividido  a sociedade portuguesa, pobre, cuja sorte andou de mal a pior, com falta de apoio que se tornou incapaz de substituir as tropas que naquele fatídico mês de Abril foram trucidadas pelo exército alemão.

Isto bastaria para haver mais respeito por este Monumento, ainda por cima erguido numa das Avenidas emblemáticas da Cidade de Lisboa.

Sem comentários:

Enviar um comentário