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sábado, 28 de maio de 2016

A última refeição da Rainha D. Amélia em solo de Portugal!

Foto de Maio de 2016 da casa da Rua Paroquial (Ericeira)


Voltada para a Rua Paroquial, bem perto da Igreja de S. Pedro - a Igreja Matriz da vila da Ericeira desde 1530 - esta casa típica na garridice do azul e do branco, conforme atesta a lápide colocada num dos seus alçados virado para o Largo da Vila pela "Liga dos Amigos da Ericeira" em 5-10-1990, levou-me a pensar que aquela data a todos os títulos histórica, não apenas assinala a queda abrupta e sanguinária da Monarquia, a mando da Carbonária e da Maçonaria, como ali, naquele local, a Instituição local da "Liga de Amigos" em 1990, não teve qualquer pejo em lembrar o evento, para que constasse que a Rainha deposta, antes de descer a rampa da Praia dos Pescadores - onde embarcou para o exílio forçado - tomou ali uma refeição.

A última em solo de Portugal!

Conheço a Ericeira há muitos anos, terra onde vou sempre com agrado, pois desde os meus tempos infantis, aquele local, conjuntamente com o da Praia de S. Julião, onde costumava passar férias - o que aconteceu durante muitos anos - marcaram indelevelmente, e para sempre, a minha lembrança.

Naquele dia recente em que os meus olhos deram com a lápide colocada bem à vista de quem passa, fiquei a pensar que aquilo que ela assinala e que, sobremaneira, mais me impressionou não foi o ter sido ali a última refeição tomada em Portugal pela Rainha D. Amélia, foi antes, o facto histórico que ceifou a vida de seu marido e a de um dos seus filhos às mãos cruentas de um novo regime que para se implantar não tinha o direito de assassinar vidas.

Por isso, a I República, com um começo assassino não podia acabar em triunfo, tendo tido a sorte que merecia, dando razão ao povo que, avisadamente diz o mesmo por palavras quase iguais: "Quem mal começa, mal acaba".
E foi com este pensamento na ideia que naquele dia percorri as ruas, ruelas, travessas e largos da Ericeira, encantado de me perder num canto para me achar logo a seguir, como aconteceu na Igreja de Santo António, que o povo local também conhece por "Capela da Boa Viagem" fronteira à Praia dos Pescadores, levando sempre comigo a lembrança da Rainha D. Amélia que dali partiu e donde nunca mas voltou, numa viagem forçada que a fúria dos homens proporcionou sem honra nem glória, que não fosse a do momento do desvario político que implantou um regime que muitos não souberam merecer.

Também, por isto, a Ericeira é um lugar mítico.

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