Um reparo.

in, Jornal "Diário de Notícias" online de 29 de Novembro de 2017

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Com algum atraso, mas fruto da revolta que sinto, custa-me  a aceitar que no voto de pesar ocorrido na Assembleia da República pela morte do empresário Belmiro de Azevedo, tenha votado contra, ainda que o texto dissesse: "o país continua a olhar para a Sonae como um referencial de criação de riqueza e emprego, na certeza de que continuará a procurar os melhores padrões de inovação empresarial e responsabilidade pessoal", acrescentando  que a fortuna deste grande empreendedor e empregador, "não foi herdada mas antes construída a partir da formação académica, da capacidade de trabalho e de um inegável sentido de inovação".

Sinto uma revolta profunda que um partido que reclama para si o privilégio de ser o grande defensor dos trabalhadores se tenha recusado a associar-se com o seu voto aos portugueses que vêem no ilustre desaparecido uma figura que, vindo de uma classe humilde, pela sua inteligência se fez um trabalhador de mérito, que tenha sido na Faculdade, como nas Empresas que criou pela sua capacidade de trabalho e de um inegável sentido de inovação, 

O PCP ao fazer "tábua rasa" disto - que é irrefutável - mostrou à saciedade a sua falta de respeito pelo homem que por si mesmo - com a ajuda dos trabalhadores que o serviram e que ele respeitou - criou empresas e criou milhares de postos de trabalho e a sua emancipação, incluindo a sua independência de qualquer credo político, pelo que o PCP merece uma reprimenda séria.

Portugal inteiro assistiu a este gesto e os mais atentos - como eu - não podem deixar de verberar que foi com um partido destes que António Costa subiu a escada do poder para se sentar numa cadeira que não conquistou pela força do voto popular, razão ponderosa que me leva a afirmar, mais uma vez, que António Costa - quanto antes e logo que seja oportuno - se deve livrar desta companhia, forçando eleições antecipadas.

O PCP - acentue-se - joga no tabuleiro da Democracia - porque a tal foi obrigado, mas joga com um peão fora e outro dentro... mas mais fora que dentro.