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sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

A vida humana não tem preço!


Vivemos um tempo em que o agir em conformidade com o espírito enquanto "coisa incognoscível que anima o ser humano vivo" e lhe dá a dimensão que está para além da finitude temporal que lhe marca o destino enquanto viver, está a ter "tratos de polé" - no sentido do mau trato que é dado a uma sociedade onde cada pessoa é ser espiritual pelo seu próprio nascimento e é desespiritualizado por ela, mercê dos costumes e actuações materializadas dos homens que a governam, como é  o caso presente.

Mas o homem e a mulher não são materiais inertes. 

São seres vivos que têm de merecer todo o empenho das estruturas sociais no que concerne à defesa das suas vidas e isso não aconteceu, porque o Estado que temos, considerando-o na sua forma organizacional de natureza política, logo com poder soberano, falhou rotundamente na prevenção e defesa das pessoas nos incêndios florestais deste ano, quer em Junho, quer em Outubro, sendo por isso, potencialmente, o causador de mais de uma centena de mortes.

Temos agora, que para "lavar  a consciência" este Estado desespiritualizado vai dar uma data quantia de valor pecuniário por cada morte - com um valor mínimo de 70.000 euros - como se fosse possível dar um preço ao valor da vida!!!

Como é que o Estado arroga para si mesmo o poder de dar um valor a cada uma das vidas humanas perdidas?

É, por isso, que eu reajo e chamo ao Estado que temos - DESESPIRITUALIZADO - por não ter das vidas ceifadas pela sua incúria, o respeito e a defesa que lhe deviam ter merecido enquanto viveram, pelo que, vir agora dar-lhes um valor para as pagar, me parece impróprio e não entendível, que não seja, tornar-se o Estado uma entidade mercantil com poderes que não tem para valorizar o preço da vida que não protegeu devidamente, pela simples razão QUE A VIDA NÃO TEM PREÇO!

Que Deus valha aos homens que tal assim fizeram, quando, tal qual como se fazem nos rios que ameaçam galgar as margens e poderem vir a inundar os campos da lavra, é a montante que eles têm de ser sustidos com represas, algo que o Estado não fez, pelo que este pagamento que vai ocorrer sobre as vidas que o fogo matou é bem o retrato da desespiritualização dos homens que servem o Estado, do qual entendo, que exorbitou ao vir taxar agora - como se fosse uma recompensa - cada uma das vidas que se perderam.

Não estou de acordo!

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