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sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

... E aquele TEMPO era Deus!

Foi, então, que o Amor ouviu a voz de um velho vinda de muito longe, das alturas do Céu e lhe disse:
- Vem, Amor... anda comigo...
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O BEM DO AMOR!

Conta-se que numa ilha imaginária viviam - como se verá, a seguir, numa aparente harmonia - todos os sentimentos humanos, como a Amor, a Emoção, a Alegria, a  Tristeza e a Moralidade a par de situações acidentais, como a Riqueza.

Um dia, soube-se naquela ilha que uma convulsão natural se preparava para a mergulhar na profundeza das águas, o que originou que todos arregaçassem as mangas e prepararam os seus barcos para desertar.
E assim aconteceu.
Na ilha ficou, apenas, o Amor.

Com fé num milagre qualquer que livrasse a ilha daquele cataclismo anunciado, dispôs-se a arriscar até ao último momento, até que, quando pressentiu, que já nada mais havia a fazer, resolveu partir.
Aconteceu, porém, que não encontrou o seu barco, que alguém levara,de que resultou ter de pedir ajuda.

Colocado na orla da praia deu em olhar o horizonte.

Viu ao longe o barco da Emoção e acenou-lhe:
- Salva-me...
- Não posso. – ouviu – Estou de tal forma comovida, que a emoção de ter deixado a ilha me tira o desejo de voltar aí...

Viu, depois, o barco da Alegria e pensou: “Esta vem salvar-me”...
- Não vou, não! – disse-lhe de muito longe – Estou tão alegre de ter partido, que já não sei o caminho para chegar ao pé de ti...

Passou a Tristeza e o Amor pensou: “Não vale a pena chamá-la... vai muito triste”...
E não a chamou.
Mas, de repente, apareceu a sulcar as ondas o barco da Moralidade.

De novo o Amor exultou, na expectativa de ser salvo.
Mas, não aconteceu.
- Não tenho tempo agora. Neste meu novo estágio de vida tenho o meu tempo todo ocupado a dar lições de Moral. – desculpou-se a Moralidade.

Veio a seguir a Riqueza.
- Vem salvar-me, pediu o Amor, já em estado desesperado, pressentido que em breve iria ao fundo, já que mal se via a praia e a ilha era, somente, uma mancha em cima do Mar.

Foi, então, que o Amor ouviu a voz de um velho, vinda de muito longe, das alturas do Céu e que lhe disse:
- Vem, Amor... anda comigo...
Nos braços daquele velho estranho, de longas barbas e olhar profundo, andaram dias, até atingirem terra firme e de tão contente que se sentia e emocionado por se saber a salvo o Amor até se esqueceu de lhe perguntar o nome.

E aconteceu o inesperado: quando quis agradecer ao seu salvador, este já havia desaparecido.

Foi, então, que lhe apareceu, nem sabe de onde, o Saber, a quem perguntou:

- Diz-me o nome de quem me ajudou.
- Foi o Tempo...
- O Tempo... – questionou o Amor – mas porque foi que o Tempo me ajudou?
- Porque só o Tempo é capaz de avaliar como tu és importante na vida.
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Para este Natal - Tempo de Amor -  fica aqui esta paráfrase de um conto pequenino, de origem desconhecida, em  que o sentimento do Amor é realçado, tal com aqui se pretendeu, porque naquela voz de  um velho vida das alturas do Céu, o Amor levado ao colo dele subiu a escada da salvação até encontrar terra firme.

É sempre assim quando Deus entende que pela sua atitude humana o homem merece andar ao seu colo, razão suficiente para que neste Natal todos mereçamos andar assim, de bem com "aquele velho estranho" que a imaginação popular diz ter longas barbas e que tem merecido a atenção de grandes pintores universais.


Que o "Tempo" que nesta história salvou o Amor quando este via a ilha a afundar-se nas águas, nos salve e que O encontremos presente em mais este Natal!

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