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quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

"Deitar lenha para a fogueira"...

in, Jornal "i" de 7 de Dezembro de 2017
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O que ontem aconteceu foi, como diz um velho ditado português "Deitar lenha para a fogueira" e isto só foi possível pela atitude de Donald Trump, o virulento Presidente dos Estados Unidos que ignorando a História da cidade de Jerusalém - uma das mais antigas do Mundo - a declarou como capital de Israel, quando ela é, na essência a "capital" das três religiões abraâmicas, judaismo, cristianismo e islamismo.

É verdade que Israel mantém as suas principais instituições governamentais naquela cidade, mas isto não tem obstado que o Estado palestiniano não a reclame como sua capital futura, donde resulta o grande problema israelo-palestino.

Donald Trump ao tomar esta decisão unillateral esqueceu - ou omitiu de propósito - que o plano de Partilha da Palestina aprovado pelas Nações Unidas em 1947, estabeleceu a cidade de Jerusalém como um território internacional, decisão que não aquietou os ânimos, porque no conflito árabe-israelense de 1948, a parte Ocidental de Jerusalém foi anexada por Israel e a parte Oriental - onde se situa a Cidade Antiga - foi capturada pela Jordânia, tendo esta sido recapturada aos jordanos em 1967, no decorrer da Guerra dos Seis Dias, donde resultou que a residência do Presidente da Nação, incluindo o Parlamento - o Knesset - ali se instalasse, tida a cidade de Jerusalém como um todo.


Donald Trump, com a sua decisão passou por cima do que a comunidade internacional tem como válido: a rejeição da anexação feita por Israel da parte Oriental da cidade, considerando-a como um território palestino ocupado, tendo uma resolução do Conselho de Segurança da ONU oficializado a retirada das embaixadas estrangeiras de Jerusalém, que vieram a tomar assento em Tel-Aviv, sendo este o principal centro financeiro.

Por tudo isto, Donald Trump correu um risco não só para a nação americana, como para todo o mundo livre,  dado o que está em jogo, parecendo que acabou por agora - e,se calhar, de uma vez por todas - do estabelecimento da paz ao tornar-se o único País do Mundo a reconhecer Jerusalém como capita de Israel.

Mas manda a verdade dizer que os Estados Unidos desde 1995 ambicionavam por em prática uma lei que autorizasse a mudança da sua embaixada para Jerusalém, medida que nunca foi aplicada, quer por Bill Clinton, George W. Bush e Barak Obama, tendo adiado a sua concretização, tendo como fundamento "interesses nacionais" que Donal Trump esqueceu.

Mas prova isto que a Nação americana há muito tempo tinha latente este desejo, pelo que é bem patente, que lhe sobra de desejos aquilo que lhe tem  faltado de coragem para enfrentar este problema de tomar Jerusalém como sede para a sua embaixada, coragem - ou patetice - que não faltou ao actual Presidente que não se coibiu de vir "deitar lenha para a fogueira", restando, apenas, ao resto do mundo que ela não se ateie.

Mas, parece evidente, que os Estados Unidos tinham ao retardador este "barril de pólvora" que Trump fez explodir.

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