in, Revista "O Occidente" nº 1086 de 28 de Fevereiro de 1909
Foto de Benoliel
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Esta fotografia histórica assinala que na Península Ibérica, em Portugal a Monarquia caiu com a implantação da República e o exílio do Rei D. Manuel II e que, a presença do Rei D. Afonso XIII, de Espanha, marca, ainda hoje, a projecção desse velho regime naquele País.
Tem outra curiosidade: ambos foram condenados ao exílio.
D. Manuel II em 1910 e D. Afonso XIII, com a sua deposição em 1931, ano em que as eleições municipais por ele marcadas tiveram como vencedores as candidaturas republicanas e, em sequência a proclamação de uma Segunda República
Exilado desde o dia 14 de Abril de 1931, Afonso XIII renunciou à chefia do Estado, mas continuou a manter a sua reivindicação ao trono até 1941, quando abdicou em favor de seu filho, o Infante João de
Bourbon, Conde de Barcelona, que por fim renunciou dos seus direitos ao trono a favor do seu filho Juan Carlos, a que sucedeu, na actualidade, o Rei Filipe VI.
Como comentário final, penso que em Portugal a deposição do Rei D. Manuel II, num tempo em que as Monarquias feudais há muito tinham acabado, e com a proclamação de uma Primeira República e seu respectivo Presidente, tal facto nada do bom trouxe ao País, até pelo consumismo despesista que custa ao erário público, enquanto a figura do Rei como fidedigno representante do povo, com as necessárias prerrogativas constitucionais, como Chefe do Estado - como acontece em Espanha - teria sido mais benéfico, deixando o exercício do poder para o Parlamento.
Não foi esse o caminho de Portugal.
A fúria revolucionária de 1910 - com a Carbonária e a Maçonaria na sombra do combate político - levou-nos ao sistema que temos hoje, tendo expulso a família real como pessoas malfeitoras e indignas de serem portuguesas, usurpando-lhe o trono a favor de uma má República - algo que sempre condenarei - não posso deixar de concluir, que em Espanha, os revolucionários republicanos foram mais comedidos e embora tenham expulsado o Rei, respeitaram a sua firme decisão em não abdicar ao trono.
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