BERÇO!
A
minha terra de penedos
E
de silenciosos pinhais
Sem
ter casas alinhadas,
(Feitas
por mestres-pedreiros)
De
ruelas estreitas, acanhadas
-
Com se fossem brinquedos -
Tem
nas noites de invernia
Sempre
um encanto a mais:
-
A lareira!
Onde
se contam coisas tais
Que
vão p’la noite inteira!
Na
minha terra
Vale
mais um só pinheiro
Que
todas as árvores da cidade
Por
inteiro!
À
sua volta, na lareira,
O
tronco que deu pinhas
E
deu pão ao resineiro
Aquece
a casa inteira
Como
se fosse um braseiro!
Ó
minha terra
De
urzes e matagais...
De
penedos ciclópicos
Fazendo
equilibrismo...
E
de mansas ribeiras
Rindo
entre salgueirais!
Tu
és pequena
Mas
grande na saudade,
Porque
vens lá do fundo
-Da
minha antiga idade-
Com
o teu cheiro de açucena
Até
aqui, a este mundo...
À
vida nem sempre amena
Da
grande cidade!
De um livro a publicar sob o título
VELA AO VENTO
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