Sede santos como é Santo o vosso Pai celeste. (Mt 5,48)
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O texto que se segue fui buscar a este versículo do Apóstolo S. Mateus e logo referido ao abrir esta composição musical toda a ênfase que o motivou e que por ser uma lembrança espiritual e lúdica da Solenidade de Todos os Santos, bem pode, ouvindo-o enquanto se lê servir de fundo espiritual para este Dia em que lembramos, não só os homens e mulheres que pela sua integridade subiram até à honra dos altares, como todos aqueles que viveram connosco - familiares e amigos - que pela sua compostura mereceram em vida o apodo de "era tão bom como um santo".
O Da de Todos os Santos - conhecidos e desconhecidos - vai buscar ao século II a sua origem, no momento em que foi possível ao povo cristão honrar os que tinham sido perseguidos e martirizados por causa da fé que professavam em Jesus Cristo, devendo-se ao Papa Gregório III (731-741) que dedicou uma capela e Roma a Todos os Santos e ordenou que a sua Festa fosse celebrada, anualmente, no dia 1 de Novembro.
Em Portugal é uma tradição antiga, neste dia, as crianças - com mais incidência nas vilas e cidades do interior - saírem à rua e juntas em pequenos grupos, de porta em porta, pedir o "Pão por Deus" ou bolos, recitando versos, como estes, numa tradição muito nossa:
Ó tia, dá
Pão-por-Deus
Se o não tem dê-lho Deus!.
Pão por Deus,
Fiel de Deus,
Bolinho no
saco,
Andai com Deus
Esta tradição remonta em Portugal ao tempo do horrendo terramoto do dia 1 de Novembro de 1755, quando as crianças da parte da população mais pobre ainda mais pobre ficou e tendo esta data coincidindo com uma data de grande significado religioso, no dia em que se cumpria o primeiro aniversário - a população não se sabe como se agregou - resolveu aproveitar aquela data em que a Igreja homenageava Todos os Santos, para, por toda a cidade fazer um peditório de "Pão por Deus" para ajudar os mais desvalidos.
Este facto perpectou-se no tempo e estendeu-se a todo o País até chegar ao tempo actual em que a comemoração do "pão por Deus" é mais uma forma de lembrar a miséria que a criou, sem contudo, deixar de ser um modo de nos lembrarmos dos mais necessitados que continuam a existir.
Na actualidade, se não fora a Igreja - que não esquece esta tradição - fora dela raras são as pessoas que a conhecem, adoptando em seu lugar tradições importadas e mais importantes para o comércio, como o Halloween (Dia das Bruxas) que nos chegou da América do Norte e que nada diz à nossa sensibilidade popular, celebrando este evento no mesmo dia, o que não deixa de ser um impropério que cometemos, sem o saber, a nós mesmos, quando o "Pão por Deus" tem a origem que se sabe.
Mas é profundamente triste que toda a nossa comunicação social (TV, Rádios e Jornais) encham os noticiários como o Hallowen, deixando às escura - por completo - o significado do "Pão por Deus"!
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