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sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Haja respeito!


Neste belo edifício construído no fechar do século XVI e que serviu de mosteiro da Ordem de S. Bento, desde 1834 está sediado o Parlamento português que tem sido sede - todos o sabemos de acesas batalhas verbais durante todo o tempo da Monarquia Constitucional e desde a fundação da República Portuguesa - e que, por vezes, raiaram o exagero da contenção do verbo inflamado, como hoje de manhã aconteceu.

E tudo mais uma vez por causa de um assunto mal conduzido pelo governo sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e que, ingloriamente, não tem sabido expor claramente como lhe competia fazer, sendo o culpado directo das dissonâncias que se têm instalado nas bancadas da oposição e no público em geral.

Esta manhã houve discussão acesa,

Diz o endereço electrónico http://www.jornaleconomico.sapo.pt/, que a agitação no Plenário agravou-se quando Ricardo Mourinho Félix, secretário de Estado Adjunto do Tesouro e das Finanças, respondeu a Leitão Amaro. Depois de classificar como um “desrespeito pelo Tribunal Constitucional” que as questões relacionadas com a administração da CGD fossem trazidas para o debate, Mourinho Félix lançou acusações de populismo e disse que o deputado social-democrata estaria com uma “disfuncionalidade cognitiva temporária”. O comentário do secretário de Estado gerou grande – e sonora – contestação entre os deputados, que exigiram um pedido de desculpa. Após alguns minutos de confusão, vários reparos do presidente da Assembleia da República – e até uma ameaça de suspensão da sessão –, o pedido de desculpa chegou e os ânimos acalmaram.

Como costuma dizer o nosso povo na sua sábia maneira de dizer as verdades, os deputados ou governantes do Partido Socialista  - têm as costas quentes - ou seja, valem-se do poder que têm - com a desfaçatez de não o terem conquistado nas urnas de voto - para serem desbocados acusando o oponente, no caso o deputado do Partido Social Democrata (PSD) António Leitão Amaro de sofrer de uma disfuncionalidade cognitiva temporária, como se - valha ao menos isso - tal anormalidade cognitiva não fosse definitiva...

Haja respeito!

Haja, sobretudo, respeito cada um por si mesmo e pelo lugar que se ocupa - que esse, sim, é temporário - e deve ser exercido com modos educados e urbanos, próprios de um Parlamento a cujos agentes detentores efémeros de um poder que passa, se não pode permitir que digam palavras que transmitam ideias de haver em qualquer membro da oposição um mau funcionamento, no caso, em questão, o órgão humano que baliza o juízo.

Foi uma ofensa grave, mas valha e louva-se o pedido de desculpas da má educação e falta de respeito pelo adversário político.

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