A cena é conhecida.
O governador da Judeia, Pôncio Pilatos ante a insistência da multidão que pedia a morte de Jesus - ainda que ele não lhe encontrasse nenhum crime - acabou pela condenação à morte do Homem que tinha em frente, mas antes, segundo, S. Mateus, cap. 27, versículo 24, o Apóstolo relata assim o sucedido: Pilatos, vendo que nada conseguia e que o tumulto
aumentava cada vez mais, mandou vir água e lavou as mãos na presença da
multidão, dizendo: «Estou inocente deste sangue. Isso é convosco.
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Este "espírito" - ou melhor dizendo - este entendimento de "lavar as mãos como Pilatos" para sossegar a consciência continua vivo e assim vai continuar, dada a congénita imperfeição humana que forma o homem desde a sua origem.
O que se passa neste momento em Portugal com a nomeação dos gestores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) que se têm recusado a cumprir a lei que os obriga a declarar os seus Rendimentos e Património ao Tribunal Constitucional - tudo levando a crer que para tanto estivessem dispensados pelo governo que os convidou, sem cuidar de uma lei de 1983 que a tanto os obriga - parece, que neste momento, tendo "à perna" o Presidente da República, o Tribunal Constitucional e até alguns membros do Partido Socialista - mas que só agora se lembraram de o fazer - bem como todo o Parlamento e a opinião pública, assistimos a um "lavar de mãos" que não deixa de ser intrigante.
Aliás, tudo o que se passa com os novos gestores da Caixa Geral de Depósitos é intrigante, a começar pelo que atrás é dito, bem como pelos desmesurados vencimentos mensais que torna os gestores daquele Banco público os mais bem remunerados de toda a banca, onde nem os gestores privados atingem tais ordenados.
Veremos o que vai acontecer... mas não vale a lavagem de mãos "como Pilatos".
Nesta história há sombras que não deviam ter acontecido, porque são estas sombras que toldam o "céu democrático" e a continuarmos assim - se não tivermos cuidado - podemos cair numa noite, um dia destes!
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