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domingo, 13 de novembro de 2016

Domingo XXXIII do Tempo Comum - Ano C - 13 de Novembro de 2016


Irmãos: Vós sabeis como deveis imitar-nos, pois não vivemos entre vós na ociosidade, nem comemos de graça o pão de ninguém. Trabalhámos dia e noite, com esforço e fadiga, para não sermos pesados a nenhum de vós. Não é que não tivéssemos esse direito, mas quisemos ser para vós exemplo a imitar. Quando ainda estávamos convosco, já vos dávamos esta ordem: quem não quer trabalhar, também não deve comer. Ouvimos dizer que alguns de vós vivem na ociosidade, sem fazerem trabalho algum, mas ocupados em futilidades. A esses ordenamos e recomendamos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que trabalhem tranquilamente, para ganharem o pão que comem.

(Segunda Epístola de São Paulo aos Tessalonicenses 3, 7-12)
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Hoje, a Liturgia da Palavra da celebração eucarística da Igreja Católica faz ler aos seus fiéis este pequeno trecho da Segunda Epístola de São Paulo que ele dirigiu aos habitantes de Tessalónica, uma cidade que ele atingiu na segunda das suas viagens missionárias que já fora cantada pelo poeta Antípatro como a mãe de toda a Macedónia e que era no tempo de São Paulo uma província do Império romano.


Naquele tempo os habitantes daquela cidade viviam confusos com algumas desinformações espirituais sobre Jesus Cristo criadoras de atitudes malévolas que os levavam à ociosidade, pelo que o tema fundamental desta segunda carta de S. Paulo é uma advertência, que no no seu tempo como no de hoje tem todo o sentido, por ter sido um aviso muito sério àqueles que deviam fugir da tentação de aguardar sem grandes canseiras o futuro sem se importarem com a construção do presente.

Era esta atitude que chegara aos ouvidos do Apóstolo e que ele não podia consentir, pelo que aportado àquela cidade fez daquela Carta uma censura ao modo descuidado dos seus habitantes.

E de tal modo ela é importante que a Bíblia a guardou.

Dura nalguns pontos, como naquele passo em que o Apóstolo diz que não comia de graça o pão de ninguém, para acrescentar logo de seguida - Trabalhamos dia e noite, com esforço e fadiga, para não sermos pesados a nenhum de vós - leva-nos a pensar que ontem como hoje temos de ter presente, individual ou colectivamente este facto, pois a ninguém é dado comer sem trabalhar - desde que não tenha qualquer impedimento físico ou mental -  pelo que o aviso é antigo.

S. Paulo escreveu esta sentença pelos anos 50 da nossa era e eis como ela é, com toda a sua verdade, um modo de vida que nos devia inquietar a todos, provando-se assim que a Igreja para além do seu papel eclesial desde bem cedo se interessou pelos problemas éticos da sociedade, como nesta Carta em que é notória que a linha doutrinal que ela encerra, sendo um reflexo da sua linha pastoral de acção concreta no mundo em que vivem os homens e onde a ociosidade e o viver às custas do próximo não podia ser consentido. 

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