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segunda-feira, 13 de abril de 2015

Sabedoria do Mundo - O Mestre Pensador




O Mestre Pensador

Um ilustre mestre pensador, num certo dia, partiu com um dos seus aprendizes tendo com destino uma floresta onde se chegava por um caminho muito difícil.
Caminhava destemido é ágil enquanto o aprendiz escorregava a cada instante e outras vezes acabava por cair.
Em cada queda amaldiçoava o lugar onde havia caído. 
Levanta-se, e entretanto, prosseguia a peugada ágil do mestre, deixando para trás nomes feios ao caminho.
Depois de uma longa caminhada, chegam a um lugar aprazível onde era costume fazer-se uma paragem para ouvir as lições do mestre.
Porém, naquele dia, estranhamente, o mestre deu meia volta e deu em fazer a viagem de volta e o aprendiz até chegar ao ponto de partida deu mais uma série de tombos.
Foi então, que ele, sem ter percebido o porquê de tão estranho passeio, fez a seguinte pergunta:
- Mestre, caminhamos horas e hoje nada me ensinou...
Responde o mestre:
- Enganas-te, meu filho. Se te lembras em cada um dos tombos praguejaste e, então, a lição ficou para o fim...
- Há algum motivo, mestre?
- Há e grande. A razão de não termos feito uma paragem foi para eu ter a certeza que até ao fim praguejaste em cada queda, ou seja, por ti só nada aprendeste, mas agora repara: tens de aprender a lidar com os percalços da vida... que é, também, um caminho... e por vezes bem difícil.
- E como se lida com eles? - perguntou curioso, o aprendiz.
- Muito simples. No passeio que demos em vez de teres amaldiçoado cada um dos locais onde escorregaste ou caíste, devias ter pensado - sem pragas - nos motivos que te fizeram cair!

Autor Desconhecido


O meu comentário a esta Sabedoria do Mundo

A lição é exemplar!

Assim devia ser entendida para haver emendas futuras, algo que não fez aquele imaginário aprendiz, que no fim recebeu do mestre pensador - imaginário como ele - a bela lição de vida que nos devia fazer meditar na causa das nossas quedas, e não fazer delas um hábito, sobretudo quando o cair deixa de ser um caso a rever.

Neste passo recai todo o sentido do conto.

Não o podemos saber, mas sobre isto a escritora Clarice Lispector, possivelmente com o pensamento em alguém, disse o seguinte, tendo-se em conta que o escritor é um agente da vida de que se serve para tecer as suas análises: O hábito tem-lhe amortecido as quedas. Mas sentindo menos dor, perdeu a vantagem da dor como aviso e sintoma.

Eis, porque, a dor de uma queda nos deve servir de aviso e não ser causa de maldição.


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