Satã, de Gustave Doré
(A figura principal do drama de John Milton)
A desobediência do homem de que adveio a perda do Paraíso em que fora colocado por Deus, tem com o é sabido a astúcia da Serpente, ou melhor dizendo, com a astúcia de Satã metido dentro dela em revolta contra Deus, até ser expulso do Céu e lançado no Inferno e com Adão e Eva expulsos do Paraíso.
Assim começa o Canto I:
Do homem primeiro canta, empírea
Musa,
A rebeldia — e o fruto, que,
vedado,
Com seu mortal sabor nos trouxe
ao Mundo
A morte e todo o mal na perda do
Éden,
Até que Homem maior pôde
remir-nos.
No canto XI este Homem maior - Jesus Cristo - apresenta a Deus as súplicas de arrependimento de Adão e Eva e faz-se seu advogado de defesa, e ser - tal como hoje - o intercessor ante a Vontade Suprema que, levando à letra o que diz o autor do "Paraíso Perdido" aceita as desculpas dos precaricadores mas impõe a sua perda, ante as lamentações de Eva e as desculpas de Adão que não tem outra saída senão a de submeter-se.
Num resumo muito breve, O Pai da Vida sabia que Satã se rebelaria contra Ele e que Adão e Eva comeriam o "fruto proibido", pelo que a sua criação e queda faziam parte do seu plano soberano através do qual seria manifestado o seu Poder e a sua Glória.
Mas os factos da desobediência dos que, vulgarmente são conhecidos como "os nossos primeiros pais" não inibiram, desde então, o homem de fazer as suas escolhas, por ser por elas que se realiza a vontade de Deus que nos tornou livres e assim quer que tal continue a acontecer.
O "Paraíso Perdido" é, como se sabe, uma história com fundo bíblico entrosada admiravelmente pelo espírito de John Milton que coloca o seu leitor neste primeiro passo da História dos homens e da sua desobediência a uma "linha vermelha" que não devia ser ultrapassada sem que, o facto de o ser trouxesse consequências aos prevaricadores, pelo que, tal facto que chegou até nós através do relato bíblico, tem o grande alcance social de não poder haver crime sem castigo.
Esta é a grande lição a tirar!
Mas os factos da desobediência dos que, vulgarmente são conhecidos como "os nossos primeiros pais" não inibiram, desde então, o homem de fazer as suas escolhas, por ser por elas que se realiza a vontade de Deus que nos tornou livres e assim quer que tal continue a acontecer.
Deus não é o carcereiro do homem mas o seu Libertador, pelo que o acto de perdoar como Ele usou, sem ter evitado a queda, é uma alegoria que nos quis deixar para que, através das quedas o homem aprenda o modo de se libertar das forças más, porque, essas é que se tornam as carcereiras do homem.
Esta é a grande lição a tirar!
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