A Mentira.

Suave é ao homem o pão da mentira, mas depois a sua boca se encherá de cascalho.

(in, Livro dos Provérbios 20, 17)

Mentir, em poucas palavras, traduz-se por fazer ou dizer algo contrário à verdade.

Quanto ao fazer, a mentira manifesta-se nos prejuízos físicos, morais e espirituais que tomam conta do homem quando este se vê manietado pelo sexo sem regra, pela droga e todos os actos nocivos, deixando de pensar que ela é um mafarrico que vive à solta no mundo e se compraz em enganar a verdade.

Sem entrar em grandes cogitações teológicas - que me escapam de todo - toda a acção cometida no campo da mentira são pregos que se cravam na própria cruz que cada homem carrega ao arrostar consigo as práticas da mentira de viver.

Quanto ao falar, existe um hábito muito arreigado que para defender as pequenas mentiras costuma dizer que "não têm importância" ou, até, algumas vezes se lhe chama "mentiras piedosas" por serem catalogadas de não fazerem mal a ninguém e terem o dom de livrar aquele que as diz de "apertos" e o outro de "desconfianças"... o que não se pensa é que são essas - as mentiras mal alinhavadas para servirem de desculpas - se necessitassem de ser explicadas teriam uma longa exposição do mentiroso ante o que foi enganado, enquanto as mentiras grandes pelo facto de o serem até parecem verdades.

Eis, porque a verdade vive tão às claras que o "Sim-Sim" - "Não-Não" de que fala S. Mateus (5, 37) devia ser uma norma de vida, porquanto não é outro, senão este, o sentido da vida de Jesus que inspirou ao seu Apóstolo, quando à verdade com que devemos viver.

Pena é que a palavra do homem - falível e ardilosa - se sobreponha à Palavra Verdadeira que encheu de Luz os velhos caminhos da Judeia!

Nessa linha o nosso douto Padre António Vieira disse na peugada d'Aquele que foi o seu Mestre teologal: Para não mentir, não é necessário ser santo, basta ser honrado, porque não há coisa mais afrontosa, nem que maior horror faça a quem tem honra, que o mentir.

Assim, como é difícil ser santo, sejamos honrados!