Vista a partir da Universidade
Ó Coimbra, quem me dera
Ser igual aos teus cantores;
E como eles ficar à espera
Que volte a ser Primavera
Na Fonte dos Teus Amores!
Não te esqueço; era ofensa
Ao livro que tu me lês!
E onde sofro a dor imensa
Do drama que em ti se adensa
De D. Pedro e D. Inês!
Ó Coimbra, quem me dera
Ter vivido noutra idade!
Pois mais cedo conhecera
O fado que alguém já lera
No Penedo da Saudade!
És Coimbra, sonho antigo
Embora breve fosse a hora
Em que foste meu abrigo.
Por isso sonho contigo
Lembrando tempos d’outrora!
Ó Coimbra, quem me dera
Voltar de novo ao Mondego
Que corre manso e se esmera
P’ra deixar envolto em hera
Apenas mais um segredo!
E à Lapa e ao Choupal
Em cujas belezas coubera
Num mundo quase irreal,
Se fossem de novo um fanal...
Ó Coimbra, quem me dera!
1º prémio do Programa
“Passeio das Virtudes” da Antena - 11/2/90
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