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segunda-feira, 26 de maio de 2014

Nazaré




“Tá-mar!” Tá-mar!”

E todo o imenso cachão
Da onda que enrola e bate
Fecha a água num montão
Quando prepara o combate.

E o homem da Nazaré,
O pescador altaneiro,
Põe-se na proa de pé...
E o barco fura certeiro!

Só que às vezes acontece
Ser o novelo de tal sorte
Que as malhas onde se tece
Tem fios que enrolam a morte.

Nazaré: se eu pudesse
Dáva-te um mar mais pequeno
Onde a pesca acontecesse
Sob um cachão mais sereno!

E onde tu, por teres passado
Tanto engano e tanta dor
Bailasses um vira mandado
Pela voz do meu amor!



14/2/88


Trabalho enviado ao Programa
"Passeio das Virtudes" da Antena Um



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