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sexta-feira, 30 de maio de 2014

A mesma água não corre duas vezes igual debaixo da mesma ponte!




Gravura publicada pelo jornal "A Corja" de 16 de Outubro de 1898


Eu lavo a roupa melhor que tu!
Ou então: o teu sabão é reles e o meu é de superior qualidade!

É o que parece sugerir esta velha gravura de cariz político, o que prova que no ontem já distante, como no tempo de hoje - porque os nossos políticos são, na maioria, uns cábulas - não têm aprendido a fazer da política um acto nobre, mas tão só, aquele que por qualquer preço os guinde de novo ao poder com o estafado dizer que o fazem para bem do País, o que não sendo, de todo, crível lhes deveria causar mais cuidado naquela afirmação inútil.

Este intróito entrosa-se no que se passa, actualmente, no Partido Socialista, em que António Costa com a atitude que tomou deseja desalojar do pelouro António José Seguro, a quem, efectivamente, faltou a manha política que sobra nalguns dos seus pares, o que me conduz a chamar à colação, o seguinte: a mesma água não corre duas igual debaixo da mesma ponte, o que quer dizer - usando uma imagem - não podemos deixar de nos banhar na primeira água que nos é dada, ou oferecida, porque podemos correr o risco de não podermos ter uma segunda oportunidade.

Vem isto a propósito do convite feito pelo Presidente da República no Verão de 2013 a António José Seguro, de lhe proporcionar eleições antecipadas em Junho de 2014, em troca de receber dele um compromisso com o PSD e o CDS.
Na altura António José Seguro, chegou a negociar, mas bem cedo, com Mário Soares a amedrontá-lo com a sisão do Partido, se houvesse acordo com a direita, recuou e abandonou as negociações.

E assim se gorou a proposta do Presidente da República...

Diz um sábio axioma popular, que: "antes cautela que arrependimento", o que bem pode vir a ser este o sentimento que num futuro breve - ou, hoje - se venha a apossar de António José Seguro, por culpa própria, sem ter cuidado da tenaz que tinha sobre si. 

Que lhe fique para a sua futura vida política este episódio como bússola, porque são os mesmos dentro do PS que o acusavam de incompetência por pretender um acordo com o PSD/CDS que vão agora acusá-lo de incompetência por ter sido incapaz de fazer com que o governo caísse até Junho de 2014, o que prova o cinismo da vida política, que devia ser - e não é- um modo altaneiro de enobrecer o homem e deixou de o ser, ha muito em Portugal, enquanto pulularem por aí, homens da estirpe de Mário Soares e seus pares.

Sem uma glória qualquer - tivesse, embora, ganho duas eleições - Seguro vai cair, de nada lhe valendo a "atitude imoral" que lhe é movida, como hoje se expressou o antigo Secretário-Geral da UGT, João Proença, como se a moralidade política existisse...


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