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quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Uma lembrança de António Aleixo

Estátua do Poeta popular António Aleixo em frente do Café Calcinha
que ele frequentava, erigida  na Praça da República, na cidade de Loulé
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Na sua cidade adoptiva de Loulé, onde vendeu cautelas a "sorte grande" saía-lhe sempre espontânea e verdadeira nas quadras que ele compunha e cantava, como esta, que hoje continua a ter como muitas outras que nos deixou, todo o sentido social, tema que lhe foi muito caro e lhe deu muito da notoriedade que o distinguiu pela pureza da forma e do estilo.

                                                       Vós que lá, do vosso império
 Prometeis um mundo novo,
 Calai-vos que pode o povo
 Querer um mundo novo, a sério!

Honra à memória deste vate popular que encheu as ruas de Loulé - e o café Calcinha - da sua arte poética que teve o condão de ultrapassar o tempo que lhe foi dado viver, nos seus curtos cinquenta anos, em que puro e leal fez das suas quadras, aqui e ali - sempre bem construídas - "aríetes" pacíficos, mas cheios de crítica social, virados contra uma sociedade que no seu tempo, como hoje, esquece quem a "apedreja" daquele modo, tenha ou não tenha razão.

Esta quadra é um desses "aríetes" pacíficos que deviam fazer pensar todos os homens que têm tido a governação de Portugal, antes e depois do 25 de Abril, porque tarda por demais o mundo novo a que António Aleixo alude, tantas vezes anunciado e outras tantas vezes omitido.

À semelhança de outros, também António Aleixo teve a  razão do seu lado para além do seu próprio tempo.
Honremos a sua honrada memória!

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