Johannes Vermeer, (Cristo em casa de Maria e Marta)
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Jesus Cristo esteve quatro vezes em Jerusalém.
- Quando tinha, apenas, oito dias de vida para ser apresentado no seu Templo.
- Quando tinha 12 anos e ali ficou "perdido".
- No decorrer das "bodas de Caná" foi àquela cidade para dar inicio ao seu Ministério.
- E pela última vez para cumprir a Via-Sacra do Calvário.
Foi desta vez que ao passar por Betânia, situada a 3 km de Jerusalém e onde tinha amigos que entrou na casa das irmãs Maria e Marta, visita de que nos dá conta o Evangelista S. Lucas no capítulo 10 do seu Evangelho, versículos 38 a 42.
Estando Jesus em viagem, entrou numa aldeia, onde uma
mulher, chamada Marta, o recebeu em sua casa. Tinha ela uma irmã por nome
Maria, que se assentou aos pés do Senhor para ouvi-lo falar. Marta, toda
preocupada na lida da casa, veio a Jesus e disse: Senhor, não te importas que
minha irmã me deixe só a servir? Dize-lhe que me ajude. Respondeu-lhe o
Senhor: Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a boa parte, que lhe
não será tirada. "
Na tela que se reproduz, Vermeer assinala com a sua arte este passo havido entre aquelas três personagens e cujo conteúdo chegou até nós - e assim vai continuar - pela descrição do Apóstolo S. Lucas que encerra na modo de agir das duas irmãs dois aspectos em que a vida activa de Marta contrasta com o da contemplação de Maria, parecendo que o "aviso" de Jesus: Marta, Marta, andas tão inquieta significa uma crítica ao zelo por demais da mulher avisada e prática que se afadigava, apenas em servir, ao invés de sua irmã Maria que se dispôs a ouvir atentamente a caminhada de Jesus e a sua Palavra.
O que nos transmite esta passagem bíblica é que Maria tendo escolhido a boa parte naquele momento - o da contemplação - tal não significava que num outro momento ela não agisse como Marta, quanto tal fosse preciso, porquanto a vida se faz de contemplação e acção e, nela, há momentos para tudo, mas aquele momento era especial, porque o DEUS-VIVO entrara naquela casa de Betânia e levava com Ele a Mensagem de em breve se cumprir em Jerusalém, com a sua morte, a vida nova que Ele durante três anos viveu a anunciá-la.
Marta, ainda fez um queixume: Senhor, não te importas que minha irmã me deixe só a servir?
E pediu ajuda. Uma ajuda que não teve, porque aquele momento era único e a ajuda que ela pedia não fazia sentido, porque há momento em que a melhor ajuda é parar, pensar e ajuizar o momento seguinte, razão suficiente para Jesus lhe dizer o que disse, porque nenhuma das Suas Palavras era perdida e Ele bem sabia que na vida, como diz o Livro do Eclesiastes (3,1) e que Ele bem conhecia: Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo do céu .
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