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segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Berço!




BERÇO...

A minha terra de penedos
E de silenciosos pinhais
Sem ter casas alinhadas,
(Feitas por mestres-pedreiros)
De ruelas estreitas, acanhadas
- Com se fossem brinquedos -
Tem nas noites de invernia
Sempre um encanto a mais:
- A lareira!
Onde se contam coisas tais
Que vão p’la noite inteira!

Na minha terra
Vale mais um só pinheiro
Que todas as árvores da cidade
Por inteiro!

À sua volta, na lareira,
O tronco que deu pinhas
E deu pão ao resineiro
Aquece a casa inteira
Como se fosse um braseiro!

Ó minha terra
De urzes e matagais...
De penedos ciclópicos
Fazendo equilibrismo...
E de mansas ribeiras
Rindo entre salgueirais!
Tu és pequena
Mas grande na saudade...
Porque vens lá do fundo
-Da minha antiga idade-
Com o teu cheiro de açucena
Até aqui, a este mundo...

À vida nem sempre amena
Da grande cidade!


1968

(De um Livro a publicar sob o título VELA AO VENTO)

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