A cabra da velha torre
Meu amor, chama por mim.
Quando um estudante morre
Os sinos tocam, assim.
Aí quem me dera abraçar- te
Junto ao peito assim, assim.
Levar-me a morte e levar-te
Toda abraçadinha a mim.
Edmundo Bettencourt foi um grande cantor do fado de Coimbra, cidade que o acolheu vindo do Funchal, sua terra natal, tendo chegado a Coimbra em 1922, instalando-se na "República do Funchal" concluindo ali a sua formatura em Direito e cabendo-lhe a honra de ser um dos fundadores em 1927 da revista "Presença" que viria a ser uma influente publicação literária do século XX até se extinguir e 1940.
Foi dono de uma voz que encheu de encanto as serenatas coimbrãs a par de ter sido um Poeta inspirado da Canção de Coimbra, cabendo-lhe a autoria dos seguintes livros:
- Poemas Surdos - poemas produzidos entre 1934 e 1940;
- O Momento e a Legenda (1930);
- Poemas de Edmundo de Bettencourt (1963), com prefácio de Herberto Hélder
É nela que vibramos com a voz timbrada e melodiosa deste famoso cantor, deixando-nos embalar de tal modo que apetece fechar os olhos, pensar e reflectir na beleza das quadras que são uma memória do seu autor e do cantor, ambos afamados e que hoje dormem o sono eterno e se tornam presentes ante nós, que temos a felicidade de os ler e ouvir,
Esta mesma letra, foi, mais tarde cantada por Zeca Afonso, uma outra voz famosa de Coimbra e que é hoje uma grande saudade por nos ter deixado cedo demais.
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