Foi neste estado calamitoso que há dias fui encontrar a minha aldeia do Concelho de Pampilhosa da Serra, onde o fogo andou de roda, de roda, num afã satânico sem ter da parte do Estado central qualquer ajuda de meios operacionais - finda a fase Charlie - pelo que no meu imenso Concelho natal, com foral dado pelo Rei D. Dinis, o fogo andou por ali à solta queimado floresta, campos agrícolas e centenas de casas.
É imperdoável que se tenha abandonado - ainda mais - um território a que já lhe chegava, sobremaneira, o abandono endémico que ali, em meados do século XX pela escassez sentida de amparo estatal fez que houvessem nascido as chamadas "Ligas de Melhoramentos" geridas e custeadas pelos naturais das aldeias concelhias, projectando e custeando alguns bens primários necessários, naquele tempo de má memória.
O que vi agora, como resultado devastador de 15 e 16 de Outubro de 2017 é imperdoável e jamais esquecerei, mas devo - em nome da verdade - lembrar o Senhor Presidente da República Portuguesa que passou por ali, deixando palavras de conforto aos meus conterrâneos e ao Senhor Presidente da Câmara Municipal de Pampilhosa da Serra, que agora pede que não sejam apenas, reconstruidas com apoio estatal as residências de primeira habitação, como as que pertencem aos que demandam por amor ao torrão natal as suas habitações, sempre que podem.
Fazer o contrário é tornar maior o deserto em que está mergulhado, não apenas o meu Concelho como todos os Concelhos do interior de Portugal.
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