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sábado, 25 de novembro de 2017

E Deus criou a mulher!

Princesa Leonilla Bariatinskaia 
Óleo sobre tela de P. Barthel -  J. Paul Getty Museum , Los Angeles.
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E Deus criou a mulher por ter entendido conforme se lê no capítulo 2, versículo 18 do Génesis: " Não é conveniente que o homem esteja só; vou dar-lhe uma auxiliar semelhante a ele", ou seja, idêntica ou paralela a ele, querendo dizer com o termo - auxiliar - que era o complemento do que lhe faltava, sem jamais ser considerada como sua dependente e nunca em grau menor, mas igual, com os mesmos direitos e deveres.

Completando este pensamento, relata assim o Génesis, no mesmo capítulo, versículos 21 a 25: Então o Senhor Deus mandou ao homem um profundo sono; e enquanto ele dormia, tomou-lhe uma costela e fechou com carne o seu lugar. E da costela que tinha tomado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher, e levou-a para junto do homem. “Eis agora aqui, disse o homem, o osso de meus ossos e a carne de minha carne; ela se chamará mulher, porque foi tomada do homem.” Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne. O homem e a mulher estavam nus, e não se envergonhavam.

Ninguém pode imaginar a beleza de Eva, mas naturalmente, sendo Obra de Deus e complemento do homem, deve ter sido de uma beleza exuberante - como foi a Princesa russa Leonilla Bariatinskaia que assim foi reconhecida e causa de vários retratos do pintor P. Barthel - podendo afirmar-se que o pintor viu nela, como o Príncipe de Sayn-Wittgenstein com que casou, uma nova Eva.

E Deus criou a mulher!

E criou-a, não para ser escrava do homem ou para ser tida como sua dependente, mas em tudo igual a ele a que acresceu a ideia de Deus de a ter apresentado a Adão, que ao vê-la, radiante de alegria exclamou: .Eis agora aqui, disse o homem, o osso de meus ossos e a carne de minha carne, reflectindo neste pequeno texto o quanto Eva representou para ele de companheirismo, de amor recíproco e de complemento, porque ele, embora colocado por Deus numa região muito bela e paradisíaca, se sentia só e isolado.

É pois, reflectindo sobre isto - e sendo a mulher pelo seu conjunto humano mais formosa que o homem pela delicadeza das formas a que junta a sua sensibilidade - é de todo indesculpável a brutalidade que sobre ela o homem tem exercido ao longo dos séculos de onde derivou um feminilismo, que só se entende como uma reacção à falta de reciprocidade, no que respeita ao respeito e ao carinho, por parte do homem que por ter sido a primeira Obra da Humanidade criada por Deus, pensou, arrogantemente, ser merecedor dessa honra e, como tal, ao arrepio do que diz o Génesis não ter sido digno da mulher que Deus pôs a seu lado para completar nele aquilo que lhe faltava.

Não colhe o facto de Adão se ter desculpado com Eva - ao ser interrogado por Deus - desta o ter enganado ao comer do "fruto proibido", porque naquele acto lhe faltou a argúcia de ter contraposto ao gesto de Eva a recomendação que Deus lhes havia feito, donde se pode concluir que a culpa não foi da mulher mas dele, naturalmente, porque tendo-se enchido da sua vaidade e supremacia de ter sido o primeiro ser criado por Deus se esqueceu de lembrar a Eva a proibição a que estavam sujeitos.

Faltou aqui diálogo, porque cheio de si mesmo, Adão fechou-se em si mesmo - e sendo isto uma mera suposição racional - este facto de falta de diálogo do homem a sua mulher em todas as coisas da vida comum, tem sido ao longo dos milénios muito evidente, porque o homem - salvo as honrosas excepções - tem gerido muito mal o seu lar passando distante dele, deixando-a à mulher esse encargo, a começar pela educação dos filhos, tendo-se o homem esquecido, por demais, que Deus criou a mulher para completar nele as insuficiências que Deus lhe deu no momento da Criação humana.

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