Senhor Jesus:
Seguindo
a sabedoria que usavas para que compreendessem tudo o que dizias
e
porque sabias que era costume na Palestina do Teu tempo, apanhar-se sal
nas
margens do Mar Morto... muito dele sem préstimo, por ser impuro,
Tu,
Senhor, sabendo que tudo quando dizias era são e era bom para todos,
num
certo dia, no meio de uma reunião com os
Teus apóstolos
disseste-lhes,
esta coisa aparentemente estranha:
Vós sois o sal da terra.
Vós sois o sal da terra.
E
nesta alegoria, o sal de que
falaste, ao invés do outro, impuro e sem sabor
que
era deitado no monturo,
tinha,
no modo singular como costumavas falar das coisa santas de Teu Pai,
toda
a pureza, pois era assim que devia ser
preservada a Tua Palavra.
Senhor
Jesus:
Faz
que sejamos hoje, neste tempo magro e
amarguradamente ensosso
como
foram os teus apóstolos - sal da terra.
Faz
que à nossa volta, o mundo que passa, tão necessitado de um novo sabor
que
dê à vida um outro encanto e um outro modo mais puro de a viver,
aprenda,
que só o sal de que falaste é que
pode renovar a vida interior,
pois
só ele é que tem um sabor eterno e pode purificar todos os caminhos.
É
preciso - e Tu bem sabes - que os homens ponham um colorido
mais vivo
em
todos os seus passos...
ajuda-nos,
por isso, Senhor, a pôr os nossos pés em cima dos Teus sinais!
Ajuda-nos
a estar do Teu lado... a ser Contigo um sal
precioso neste mundo.
Faz,
Senhor, que o nosso gesto seja sempre o de dar gosto à vida.
Para
tanto, faz que a nossa fé se leia, muito mais que nas nossas faces,
em
cada um dos nossos comportamentos... mesmo nos mais vulgares!
Faz,
que sejamos, com a Tua Palavra um alimento sempre temperado,
pois,
de que nos serve andarmos por aí, comendo fartos manjares
se
neles está ausente o sal que Tu
quiseste, fossem os Teus apóstolos?
De
que nos servem os momentos de alegria... se no fim o gosto que fica
é
um sentimento de culpa, de não Te termos levado connosco para a vida?
Faz,
Senhor, que a diferença entre um crente e aquele que não crê em Ti,
seja
precisamente o sal da terra... aquilo
que dá sentido à nossa fé.
Faz,
Senhor, que este mundo que é, em tantos lugares, um Mar Morto,
com
margens corrompidas e onde flui o sal
impuro que a nada dá sabor,
refresque
as águas paradas e das suas margens renasçam os homens novos
que
sejam sal da terra!
Faz,
Senhor, que eu seja, embora indigno da grandeza dos Teus apóstolos
um
punhado de sal... pequenino...
mas
que possa, com ele, dar um renovado
sabor dentro do meu lar,
no
meu emprego, na fila do autocarro que tarda sempre ao fim da tarde
e
seja assim, também, dentro da Igreja
onde costumo ouvir a Tua Palavra.
Faz,
Senhor, que eu seja sal da terra e
tenha um sabor novo...
e,
por ele, eu seja novo em cada dia,
para
ser - como desejo - glorificado por
Ti, no momento em que a minha alma
subir,
pressurosa, na última procura que há-de
fazer da Tua face!
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