Junto do bairro de Acra,
no
local onde o terreno se elevava um pouco
caminhavas
já com algum custo.
Os
sinedritas e os soldados, com o pensamento na ceia pascal
tinham
pressa que tudo acabasse.
O
centurião ao transpor a porta da cidade
deitou
a mão a um judeu, Simão de Cirene
que
vinha das tarefas do campo de enxada ao ombro,
ordenando-lhe
que Te ajudasse a levar a Cruz.
E
assim aconteceu.
Simão
não era Teu amigo; era um desconhecido
que
ia a passar na estrada quando deu com o povoléu.
Foi
no mesmo instante que os olhos do centurião
caíram
sobre ele e a sua voz de comando o requisitou.
Não
teve um momento sequer de hesitação,
nem
perguntou:
-porque tenho de carregar com a Cruz
deste Homem?
Há
quem afirme que agiu assim com medo dos soldados
mas
eu penso, Senhor, que foi também por amor de Ti
ao
ver-Te extenuado a vencer a pequena ladeira
que
havia naquela parte do caminho.
Tu,
Senhor, aceitaste a sua ajuda e até, possivelmente,
no
Teu íntimo, pediste ao Pai por aquele homem
que
vinha da horta, para que lhe retribuísse em amor
todo
o amor que te havia dado.
Talvez,
por isso, os filhos de Simão de Cirene,
Alexandre
e Rufo (1) gozaram de geral consideração
entre
os primeiros cristãos de Jerusalém
ao
serem reconhecidos como filhos de alguém
que
Te ajudara na caminhada do Sacrifício.
Senhor,
para os homens que passam, dobrados
sobre
o peso das suas cruzes,
faz
que cheguem até eles os cireneus deste tempo.
Faz,
Senhor, que à semelhança do homem de Cirene
ninguém
pergunte:
-Que tenho a ver com este problema?
É
preciso e é urgente, neste mundo acomodado
que
as palavras de S. Paulo: Levai os fardos
uns dos outros(...) (2)
não
sejam mais palavras sem sentido.
Mas,
antes, palavras carregadas de um modo de vida,
de
uma maneira de estarmos centrados com o gesto
do
homem de Cirene.
E
ajuda-me, Senhor, a descobrir no meu caminho
todos
os cireneus dispostos a ajudar-me
sem
que alguém os requisite.
(1) - Mc. 15,
21
(2) - Gál. 6,
2
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