Pesquisar neste blogue

sábado, 22 de novembro de 2014

V Estação - Jesus é ajudado por Simão de Cirene




Junto do bairro de Acra,
no local onde o terreno se elevava um pouco
caminhavas já com algum custo.

Os sinedritas e os soldados, com o pensamento na ceia pascal
tinham pressa que tudo acabasse.

O centurião ao transpor a porta da cidade
deitou a mão a um judeu, Simão de Cirene
que vinha das tarefas do campo de enxada ao ombro,
ordenando-lhe que Te ajudasse a levar a Cruz.
E assim aconteceu.

Simão não era Teu amigo; era um desconhecido
que ia a passar na estrada quando deu com o povoléu.
Foi no mesmo instante que os olhos do centurião
caíram sobre ele e a sua voz de comando o requisitou.
Não teve um momento sequer de hesitação,
nem perguntou:

-porque tenho de carregar com a Cruz deste Homem?

Há quem afirme que agiu assim com medo dos soldados
mas eu penso, Senhor, que foi também por amor de Ti
ao ver-Te extenuado a vencer a pequena ladeira
que havia naquela parte do caminho.

Tu, Senhor, aceitaste a sua ajuda e até, possivelmente,
no Teu íntimo, pediste ao Pai por aquele homem
que vinha da horta, para que lhe retribuísse em amor
todo o amor que te havia dado.

Talvez, por isso, os filhos de Simão de Cirene,
Alexandre e Rufo (1) gozaram de geral consideração
entre os primeiros cristãos de Jerusalém
ao serem reconhecidos como filhos de alguém
que Te ajudara na caminhada do Sacrifício.




Senhor, para os homens que passam, dobrados
sobre o peso das suas cruzes,
faz que cheguem até eles os cireneus deste tempo.
Faz, Senhor, que à semelhança do homem de Cirene
ninguém pergunte:

-Que tenho a ver com este problema?

É preciso e é urgente, neste mundo acomodado
que as palavras de S. Paulo: Levai os fardos uns dos outros(...) (2)
não sejam mais palavras sem sentido.

Mas, antes, palavras carregadas de um modo de vida,
de uma maneira de estarmos centrados com o gesto
do homem de Cirene.
E ajuda-me, Senhor, a descobrir no meu caminho
todos os cireneus dispostos a ajudar-me
sem que alguém os requisite.




(1) - Mc. 15, 21
(2) - Gál. 6, 2

Sem comentários:

Enviar um comentário