Vamos falar direito para aclarar as águas turvas que António Costa permitiu que tenham sido conspurcadas a propósito da injecção de 4,9 mil milhões de euros no NOVO BANCO, que não é despesa pública, mas um empréstimo que necessariamente por força contabilística majorou o défice de 2014 de 4,5% para 7,2%.
Supunhamos, por abstracto, um exemplo.
A União Europeia dispôs-se a financiar um empreendimento em Portugal.
A UE não tratou este assunto com o empreiteiro que ganhou o concurso, mas com o Organismo público respectivo que passou a ser o responsável por aquele fundo comunitário, o que quer dizer que, do ponto de vista contabilístico aquele empreendimento foi financiado por despesa pública - por ter aumentado os gastos - mas para o contribuinte o custo efectivo é igual a zero, porque aquela despesa foi financiada por uma receita que cobre integralmente o custo do empreendimento, mas que um dia, onerada dos respectivos juros voltará para os cofres da UE.
Ou seja, é como se se fosse pedir dinheiro emprestado a um determinado Banco e este em vez de ter somado uma despesa negativa - por não ter retorno - fez aquilo que se chama um crédito, ou seja um produto financeiro de cedência
de capital, ligado à confiança, que se considera uma operação comercial que visa o lucro, através da
renumeração do capital cedido durante determinado período
Foi o que o que fez o Estado português através do Fundo de Resolução, que no caso vertente emprestou ao NOVO BANCO 4,9 mil milhões de euros passando daquele modo a ser o único accionista do Banco, cumprindo a missão de prestar apoio financeiro à aplicação de medidas adoptadas pelo Banco de Portugal.
Em resumo, temos: o Estado emprestou ao Fundo de Resolução 3,9 mil milhões de euros, 700 milhões de euros vieram do conjunto dos outros Bancos portugueses e o restante 300 milhões, da mobilização dos recursos que o Fundo já tinha.
Assim sobre este assunto, temos uma notícia do jornal "Económico" que disse o seguinte:
http://economico.sapo.pt/ de 30 de Janeiro de 2015
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Deste modo como se insere da notícia, o Estado vai receber de volta, o que emprestou, porque é assim que este assunto tem de ser avaliado e não deturpado.
O jornal "Público" de 23 de Setembro, a propósito do aumento do défice de 2014, por força do NOVO BANCO não ter sido vendido, diz o seguinte:
http://www.publico.pt/(de 23 de Setembro)
Ou seja, a derrapagem do défice de 2014, sendo provocada por uma injecção de capital de carácter extraordinário não resultará na exigência de medidas adicionais de correcção do desequilíbrio orçamental, bem ao contrário do que diz o Partido Socialista, pelo que aquilo que este partido diz - com a anuência de António Costa - é uma atoarda que só é possível porque o PS anda de cabeça perdida a meter medo ao povo menos esclarecido, quando pergunta ao Governo, como se lê no "Observador" de 23 de Setembro:
Quanto vão ter de aumentar os impostos aos portugueses para cobrir este gigantesco buraco que abriram nas vossa próprias provisões?
http://observador.pt/
Pergunta inútil, não é?
Pois é, sr. António Costa.
Ficamos à espera de outra mais assisada, porque esta não tem conteúdo.
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É por tudo isto que o Governo está sereno com o aumento do défice de 2014, pelo facto do INE ter contabilizado - como tinha de fazer - os 4,9 mil milhões de euros emprestados ao NOVO BANCO e a razão é simples:
O actual Governo, ao contrário do que fez o anterior do Partido Socialista não nacionalizou o BES, tendo optado por recapitalizar o NOVO BANCO com um empréstimo de que o Estado - no todo ou em parte - vai ser ressarcido, embora se saiba que se o NOVO BANCO não vier a ser vendido pela totalidade do dinheiro emprestado, o que estiver em falta terá de ser garantido pela Banca Pública (Caixa Geral de Depósitos), mas este é o risco de se ter aquele Organismo na esfera do Estado.
Por isso, ao ouvir António Costa dizer que o governo vai ter que
aumentar os impostos para cobrir o deficit de 2014, agora corrigido, esta "medoca" só pode colher dividendos - e é isso que ele pretende estando-se em campanha eleitoral - nas pessoas menos esclarecidas, pois como é sabido, o aumento do
deficit é apenas contabilístico e foi autorizado pela União Europeia e será anulado, no todo ou não, quando for vendido o NOVO BANCO.
Isto demonstra que António Costa - que sabe que é assim - ao proceder assim, descendo à demagogia e irresponsabilidade da estrema esquerda está a comportar-se de um modo que não abona a quem quer ser - e pode vir a ser - o futuro Primeiro Ministro de Portugal, pelo que não pode merecer qualquer aplauso, mas uma reprimenda.
Um pouco mais de verdade, sr. António Costa porque se vier a constituir Governo, no momento da venda do NOVO BANCO todo o dinheiro recebido reverterá a favor Estado que fez um empréstimo e não uma despesa pública.
Está entendido?
Arre, que é demais, tanta vontade de turvar as águas...
A campanha eleitoral não pode tirar o bom senso a ninguém e em primeiro lugar a quem concorre para ganhar as eleições, só que ganhá-las com embustes é uma forma antiquada que devia estar erradicada... e não está!
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