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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Não há "favas contadas".




Uma nova sondagem da Aximage coloca o Partido Socialista a descer 4,7 pontos percentuais face à última sondagem realizada em Julho, dando-lhe apenas 33,3% das intenções de voto. O valor mais baixo desde Setembro do ano passado, quando António José Seguro ainda era secretário-geral do partido
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A notícia da ultrapassagem da coligação PSD/CDS (38,9%) sobre o PS (33,3%) publicada hoje - dia do debate televisivo entre Passos Coelho e António Costa - tem a virtude, a confirmar-se no dia 4 de Outubro, uma coisa que anda há milénios na boca do povo e se expressa pala frase "favas contadas", uma frase idiomática popular que dá como certa a vitória num dado acontecimento.


Ao que se julga, este costume vem dos tempos da Grécia Clássica em que, nos mosteiros, a eleição do monge superior por imposição maioritária dos outros monges da Ordem se este tinha um comportamento inábil - era obrigado a colocar o lugar à disposição, - sujeitando-se a uma eleição entre os seus pares, ao abrigo da democracia que já havia acordado neste velho País.
A eleição, na "casa do Capítulo" era feita pela contagem das favas brancas - dadas a quem se dispunha a ser o novo monge superior - e das favas pretas que cabiam ao monge que tinha merecido a censura maioritária dos seus pares e era obrigado a apresentar-se à votação.
Acontecia, dados os aspectos em confronto, que quem ganhava sempre era o pretendente ao lugar do monge que se havia portado mal.
Eram, portanto, "favas contadas" aquela eleição monástica.


Extrapolando isto para o actual caso português, quando António Costa se dispôs a tomar o lugar do Primeiro.Ministro, Passos Coelho - apeando o seu colega de partido e seu líder, eleito maioritariamente, António José Seguro - à partida pareciam "favas contadas" dado o desgaste do Governo de Passos Coelho que teve de fazer frente a uma grave crise, em grande parte provocada pelo Partido Socialista, e logo, tendo na mira o governo em exercício em queda de voto popular, dada a política seguida de austeridade a que se viu forçado para pagamento da dívida contraída com a finança estrangeira a quem havia a obrigação de pagar.

A ser correcta esta sondagem de empresa Aximage, parece que o povo está a dar razão a Passos Coelho e ao seu Governo e a não dar razão aos que julgavam que "eram favas contadas" a chegada ao poder de um partido que nunca se penitenciou do descalabro em que deixou as contas públicas.

Mas atenção: não são "favas contadas" a sondagem hoje publicada, porque é na margem dos 36,2% dos indecisos que tudo se vai resolver, a menos que nesta percentagem que é grande, uma parte significativa siga a tendência dos que, neste momento dão o primeiro lugar a quem por entre "ventos e marés" encontrou a brisa serena que soube manter à tona de água a barca de Portugal.


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