Pesquisar neste blogue

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Aos heróis da Guerra Peninsular

in, Revista "Occidente" de 10 de Março de 1910
Monumento aos heróis da Guerra Peninsular, na cidade do Porto, 
da autoria de António Alves de Sousa e José Marques da Sila


À esquerada arqº José Marques da Silva - À direita: escultor António Alves de Sousa



No centro do jardim da Praça de Mouzinho de Albuquerque, no Porto,, ergue-se este monumento comemorativo aos bravos destas lutas que tiveram como génese a "ordem" de Napoleão de Portugal aderir ao "bloqueio continental" com o fecho dos portos portugueses à Inglaterra e à prisão dos súbditos ingleses que viviam no Reino, o que não veio a acontecer.

Como é historicamente sabido, passando por cima da retirada da corte portuguesa para o Rio de Janeiro, em consequência Portugal esteve sujeito a três invasões militares, tendo o fecho da Guerra Peninsular, após a junção dos exércitos de Portugal e Espanha ocorrido na Batalha de Toulouse de 10 de Abril de 1814, acabando por fim a Inglaterra de reforçar a sua posição mundial ao derrotar Napoleão em Waterloo em 18 de Junho de 1815.

Em 1910 a Revista "Occidente"- que preencheu um longo espaço de tempo com a sua publicação - relatava deste modo a inauguração deste belo monumento em honra dos heróis que se bateram para sacudir o poderio militar da França de então.

O monumento é formado de uma imponente coluna sobre a qual se vê a águia napoleónica subjugada pelo leão lusitano.
Inicia-se sobre um baixo relevo de figuras movimentadas m atitude combate. Na bem lançada base do monumento agrupam-se figuras de soldados e populares, que todos entraram na tremenda luta, desenvolvendo grande acção combatente, expressiva e arrojada, lançando-se sobre o inimigo com bravura leonina. É quanto se observa nas figuras, em que se destaca uma e outra de mais intensa atitude, que impressiona fortemente o espectador. Esta impressão mais domina observando o grupo da frente do monumento, um dos lances de maior sentimentalismo, vendo-se soldados moribundos mas ainda tentando resistir, cavalos caídos, armas abandonadas, todos os destroços da luta, sobressaindo sobre este quadro de desolação a figura do Anjo da Vitória empunhando em uma das mãos um facho e na outra a bandeira da Pátria.


O recordar, hoje, este facto histórico devia aguçar em todos os portugueses o tempo vil que vivemos e no qual estas façanhas quase perderam todo o ênfase na nossa juventude escolar, quando deviam ser este e outros factos relevantes que nos deviam orgulhar de, um dia, fazendo das nossas fraquezas forças que a alma do povo foi buscar à gesta dos seus avoengos, conseguiram dominar e vencer o temível corso que queria dominar a Europa.

Foram muitos e bravos os heróis portugueses - que Rocha Martins descreve no seu livro "Episódios da Guerra Peninsular - sem esquecer os traidores da Pátria, que os houve naquela altura, como sempre os haverá.
Estão lá uns e outros perfeitamente identificados, mas os traidores não cabem neste belo monumento, nem mesmo nos seus alicerces, porque os traidores nem para isso servem.

Lixo que são, tornam-se desprezíveis, porque nada fundam.

Esta tarefa só está reservada àqueles que como os heróis da Guerra Peninsular deitaram por terra a "águia imperial" de Napoleão, que alguns - os traidores - diziam ser invencível.


Sem comentários:

Enviar um comentário