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sexta-feira, 25 de março de 2016

Sexta-Feira Santa


Prisão de Jesus (Lc 22, 47-53)

Ainda Ele estava a falar quando surgiu uma multidão de gente. Um dos Doze, o chamado Judas, caminhava à frente e aproximou-se de Jesus para o beijar. Jesus disse-lhe: «Judas, é com um beijo que entregas o Filho do Homem?»
Vendo o que ia suceder, aqueles que o cercavam perguntaram-lhe: «Senhor, ferimo-los à espada?»  E um deles feriu um servo do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha direita.  Mas Jesus interveio, dizendo: «Basta, deixai-os.» E, tocando na orelha do servo, curou-o.  Depois, disse aos que tinham vindo contra Ele, aos sumos sacerdotes, aos oficiais do templo e aos anciãos:

«Vós saístes com espadas e varapaus, como se fôsseis ao encontro de um salteador!  Estando Eu todos os dias convosco no templo, não me deitastes as mãos; mas esta é a vossa hora e o domínio das trevas.»

Cronologia dos acontecimentos
  • 02H00: Jesus é traído por Judas e é preso por uma multidão enviada pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos do povo. 
  • 03H00: Jesus é conduzido a Anás
  • 04H00: Jesus levado a Caifás.
  • 05H00: Jesus é negado por Pedro
  • 6H00: Jesus é levado ao conselho e declarado réu de morte.
  • 07H00: É conduzido a Pilatos e acusado.
  • 08H00: Jesus é reconduzido a Pilatos e é solto Barrabás.
  • 09H00: Jesus é flagelado preso à coluna.
  • 10H00: Jesus é coroado de espinhos e mostrado ao povo.
  • 11H00: Jesus é condenado à morte e sobe ao Calvário.
  • 12H00: Jesus é despojado das suas vestes e crucificado.
  • 13H00: Jesus entrega-nos a Sua Mãe Santíssima.
  • 14H00: Jesus perdoa os seus algozes
  • 15H00: JESUS MORRE NA CRUZ.
  • 16H00: O lado de Jesus é aberto pela lança.
  • 17H00: Jesus é descido da Cruz e entregue a sua Mãe.
  • 18H00: Jesus é sepultado e deixado no sepulcro

Seguindo o relato de S. Lucas (23, 47-48), após a morte de Jesus, ao ver o que se passava, o centurião deu glória a Deus, dizendo: «Verdadeiramente, este homem era justo!» E toda a multidão que se tinha aglomerado para este espectáculo, vendo o que acontecera, regressava batendo no peito. 

A hora das trevas havia-se consumado

Cobriu-se a terra de luto
(Coro da Catedral de Coimbra)


A bem conhecida prece  Stabat Mater (Estava a Mãe) desde o século XIII, tem merecido de Poetas e Cantores toda a atenção eclesial de que é exemplo a tradução que se transcreve do falecido Padre Ricardo Dias Neto, 

De pé, a mãe dolorosa
junto da cruz, lacrimosa,
via o filho que pendia.

Na sua alma agoniada
enterrou-se a dura espada
de uma antiga profecia

Oh! Quão triste e quão aflita
entre todas, Mãe bendita,
que só tinha aquele Filho.

Quanta angústia não sentia,
Mãe piedosa quando via
as penas do Filho seu!

Quem não chora vendo isso:
contemplando a Mãe de Cristo
num suplício tão enorme?

Quem haverá que resista
se a Mãe assim se contrista
padecendo com seu Filho?

Por culpa de sua gente
Vira Jesus inocente
Ao flagelo submetido:

Vê agora o seu amado
pelo Pai abandonado,
entregando seu espírito.

Faze, ó Mãe, fonte de amor
que eu sinta o espinho da dor
para contigo chorar:

Faze arder meu coração
do Cristo Deus na paixão
para que o possa agradar.

Ó Santa Mãe dá-me isto,
trazer as chagas de Cristo
gravadas no coração:

Do teu filho que por mim
entrega-se a morte assim,
divide as penas comigo.

Oh! Dá-me enquanto viver
com Cristo compadecer
chorando sempre contigo.

Junto à cruz eu quero estar
quero o meu pranto juntar
Às lágrimas que derramas.

Virgem, que às virgens aclara,
não sejas comigo avara
dá-me contigo chorar.

Traga em mim do Cristo a morte,
da Paixão seja consorte,
suas chagas celebrando.

Por elas seja eu rasgado,
pela cruz inebriado,
pelo sangue de teu Filho!

No Julgamento consegue
que às chamas não seja entregue
quem por ti é defendido.

Quando do mundo eu partir
dai-me ó Cristo conseguir,
por vossa Mãe a vitória.

Quando meu corpo morrer
possa a alma merecer
do Reino Celeste, a glória. 
Amém.

O hino "Sabat Mater" beseia-se  na profecia de Simeão, uma espada era para perfurar o coração de sua mãe, Maria (Lc 2,35) e tem sido atribuído ao Papa Inocêncio III.

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