No discurso da sua tomada de posse o Presidente da República Portuguesa ao falar da gesta portuguesa que criou uma "identidade nacional" feita de solo e sangue, e aposta na Língua, na Educação, na
Ciência, na Cultura, na capacidade de saber conjugar futuro com passado, sem
medo de enfrentar o presente, não quis prosseguir o seu discurso sem identificar que tipo de "identidade" nos forma enquanto povo valoroso que ao longo de nove séculos tem sabido escrever a sua História, que sem renegar qualquer tempo passado, tem ousado com galhardia, olhar com confiança o futuro, pese, como em tempo recente aconteceu, em que cabeças tontas, parecem, com as atabalhoadas atitudes de Estado, não estarem à altura do futuro que urge continuara a construir.
Eis o que sobre a nossa identidade, enquanto povo, disse o Presidente da República:
Uma identidade vivida em Estado de Direito Democrático, representativo, mas também participativo e referendário. Plural e fraterno. Respeitador da soberania popular, da separação e conjugação de poderes, da independência da Justiça, da autonomia político-legislativa dos Açores e da Madeira e da autonomia administrativa do Poder Local.
Zeloso na
protecção das liberdades pessoais e políticas, mas apostado na afirmação dos
direitos económicos, sociais e culturais. E, por isso, Estado Social de
Direito.
Em que a
criatividade da iniciativa privada se conjuga com o relevante Sector Social, e
tem sempre presente que o poder económico se deve subordinar ao poder político
e não este servir de instrumento daquele.
Dito de outra forma, o poder político democrático não deve impedir, nos
seus excessos dirigistas, o dinamismo e o pluralismo de uma sociedade civil –
tradicionalmente tão débil entre nós –, mas não pode demitir-se do seu papel
definidor de regras, corrector de injustiças, penhor de níveis equitativos de
bem-estar económico e social, em particular, para aqueles que a mão invisível
apagou, subalternizou ou marginalizou
Permiti-me realçar esta "mão invisível" e, sobre ela, fico a pensar que ela existiu e o meu desejo, é que ela não mais exista em Portugal e, por isso, peço ao actual Presidente da República que a "corte" cerce, se algum dia ela ela tiver o desplante de querer continuar, na sombra, a dirigir políticas contrárias ao bem colectivo.
Mas, peço mais: que as tal "mão invisível" - eufeminismo - que eu tomo no plural, sejam mostradas ao povo e castigadas pelo mal que lhe fizeram, que a Democracia não pode consentir qualquer aceno que seja, de uma qualquer "mão invisível" e, muito menos, que ela tenha existido e passe ao largo das coisas sem importância.
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