Costuma afirmar-se que a representação parlamentar
tem o carácter de mandato, o que é erro grosseiro, tal como o vemos erigido no
Parlamento, quando em boa verdade a noção de mandato só pode aplicar-se à
representação que liga duas vontades individuais, referida a interesses
concretos e nitidamente definidos, ou seja:
O representante eleito exprime e representa
realmente uma vontade popular de um dado círculo que ele conhece e, porque
existe, ele compromete-se a responder pelas suas aspirações e em cujo nome e interesse age e do qual está
dependente e se torna responsável.
Não é isso que acontece, entre nós, pelo que o povo, verdadeiramente, salvo raras
excepções, não tem no Parlamento, eleitos a quem possa pedir contas mas sim uns
"ilustres desconhecidos" que lhe são impostos pelos Partidos nos
respectivos cadernos eleitorais a que obedecem, quando o deviam fazer ao povo de onde dimanam.
Para quando se fará o que tem de ser feito?
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