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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Uma profecia antiga a roçar o moderno!



O meu amigo possuía uma vinha numa fértil colina. Lavrou-a e limpou-a das pedras, plantou-as de cepas escolhidas. No meio dela ergueu uma torre e escavou um lagar. Esperava que viesse a dar uvas, mas ela só produziu agraços. E agora, habitantes de Jerusalém, e vós, homens de Judá, sede juízes entre mim e a minha vinha: Que mais podia fazer à minha vinha que não tivesse feito? E quando eu esperava que viesse a dar uvas, apenas produziu agraços. Agora vos direi o que vou fazer à minha vinha: vou tirar-lhe a vedação e será devastada; vou demolir-lhe o muro e será espezinhada. Farei dela um terreno deserto: não voltará a ser podada nem cavada, e nela crescerão silvas e espinheiros; e hei-de mandar às nuvens que sobre ela não deixem cair chuva. A vinha do Senhor do Universo é a casa de Israel e os homens de Judá são a plantação escolhida. Ele esperava rectidão e só há sangue derramado; esperava justiça e só há gritos de horror. (Is 5, 2-7)
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Isaias viveu Há 900 anos.
Situa-se este profeta no tempo em que viveu, para que uma ilação moderna, de algum modo, se possa assentar em cima de uma história tão antiga.

No nosso tempo, a vinha-Europa - que um dia, bem recentemente, acolheu os lavradores que somos - foi lavrada pelos melhores e reluzentes arados a que se seguiu o saneamento da terra, livrando-a de pedras e a seguir foi feita a sementeira das várias castas de uvas.
Tudo muito bem feito.
Que mais se podia fazer para que ela desse uvas da melhor qualidade?
Mas, parece, que foi em vão algum do trabalho, porque nem todos os chamados para cuidar da vinha eram bons vinhateiros.

Queira Deus que não venha a acontecer com a vinha-Europa o que foi profetizado  por Isaías, ao referir-se a Israel e ao povo de Judá, porque era esperada a rectidão e a justiça - tal como o profeta desejou -  e o que vemos, ao pensar na vinha-Europa, está longe de corresponder ao sonho de homens que julgaram ver no Velho Continente um espaço de concórdia e de fraternidade humanas, imperando, em vez disso, a falta de solidariedade e de amor entre os vinhateiros, onde estamos incluídos.

Que a alegoria da vinha profetizada por Isaías não passe de uma história antiga, sem cabimento no tempo que passa!


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