O pântano que nós criámos é
a consequência directa do abandono de ideais nobres que, por incúria, cobardia,
ou simplesmente, por omissão, os dois grandes Continentes, Europa e América (Norte
e Sul), impantes nas suas democracias algo libertárias, onde a bandeira nobre
da liberdade anunciada aos homens está a
dar lugar a distorções sem freio, onde a moral se afunda à vista de todos e a
voz suplicante que ainda tem a coragem de se fazer ouvir, é tida como vinda de
um ser estranho a essas duas partes do mundo que mata a moral um pouco todos os
dias.
Uma dessas vozes é a da
filha de Billy Graham (1) cujo testemunho tendo-me chegado por mão amiga, por ser tão profundo e de tal
modo metido no desleixo colectivo do nosso tempo, com incidência especial na
nossa velha Europa – mãe de Pátrias – me
parece, deva ser transmitido e lido com a atenção que ele merece.
Entrevistada no Programa “The
Early Show” da CBS NEWS, por Jane Clayson, foi-lhe posta a seguinte questão:
- Como é que Deus permitiu que acontecesse algo tão horroroso no dia 11
de Setembro? (2)
Anne Graham deu esta
resposta longa e pausada, de tal modo tão profunda e bela nos seus conceitos
éticos e espirituais que não pode deixar
de inquietar os homens que têm a “ousadia” contra
ventos e marés de levar uma leira de água límpida ao pântano infecto onde
andam mergulhados a Europa e as Américas:
- Eu creio que Deus ficou profundamente
triste com o que aconteceu, tanto quanto nós.
E, após uma reflexão, continuou:
- Por muitos anos temos dito para Deus não interferir nas nossas
escolhas, sair do nosso Governo e sair das nossas vidas. Sendo um cavalheiro,
como Deus é, eu creio que ele nos deixou calmamente. Como podemos esperar que
Deus nos dê a sua bênção e sua protecção se nós exigimos que Ele não se envolva
mais connosco?
À vista de tantos acontecimentos recentes: ataques de terroristas,
tiroteio nas Escolas, etc., eu creio que tudo começou quando Madeline Murray
O’Hara, se queixou que era impróprio fazer oração nas Escolas americanas como
se fazia tradicionalmente.
Nós concordamos com isso.
Depois, alguém disse que seria melhor, também não ler mais a Bíblia nas
Escolas... a Bíblia que nos ensina que não devemos matar, roubar e devemos amar
o nosso próximo como a nós mesmos.
E nós concordamos.
Logo, depois, o Dr. Benjamim Spock, disse que não devíamos castigar os
nossos filhos quando eles se comportassem mal, porque as suas personalidades em
formação ficariam distorcidas e poderíamos prejudicar a sua auto-estima, e nós
dissemos:
Um perito nesse assunto deve saber o que está a dizer...
E então, concordamos com ele.
Depois, alguém disse que os professores e directores das Escolas não
deviam disciplinar os nossos filhos nos seus maus comportamos.
Então foi decidido que nenhum professor poderia tocar nos alunos.
E, depois, alguém sugeriu que as nossas filhas fizessem abortos, se
elas assim o quisessem.
E nós aceitamos, sem ao menos questionar.
E foi dito que deveríamos dar aos nossos filhos tantos preservativos
quantos eles quisessem, para que eles se pusessem divertir à vontade.
E nós dissemos: - Então, está bem.
E, ainda aconteceu, que alguém sugeriu que imprimíssemos revistas com
fotografias de mulheres nuas e dissemos que isso era são e uma natural apreciação
do corpo feminino.
E houve alguém, que levou um passo mais adiante e publicou fotografias
de crianças nuas e para chegar mais longe pô-las à disposição na Internet.
E nós continuamos a dizer:
Está bem, isto é, democracia e eles têm o direito de ter liberdade de
se expressar – de qualquer modo – e fazer isso.
Agora, nós perguntamo-nos porque é que os nossos filhos não têm
consciência e porque é que não sabem distinguir o Bem do Mal, e entre o Certo e
o Errado; porque é que não lhes incomoda matar pessoas estranhas ou seus
próprios colegas de classe ou a si próprios.
Provavelmente, se nos analisarmos seriamente, iremos facilmente
compreender:
Nós colhemos aquilo que semeamos.
Chegada aqui, na sua longa
resposta, Anne Graham acrescentou este pormenor idealizado pelo seu espírito,
numa ficção que lhe pareceu ilustra bem todas as suas considerações:
Uma menina escreveu um bilhetinho para Deus, dizendo o seguinte:
- “Senhor, porque é que não salvaste aquela criança na Escola?”
Deus respondeu:
- “Querida criança, não me deixam entrar nas Escolas!”
E, após, este desvio pelo
campo do divino, retomou o fio da conversa, dirigindo-se ao entrevistador que
havia passado a ouvinte interessado:
É triste como as pessoas simplesmente culpam Deus e não entendem porque
é que o Mundo está a ir a passos largos para o abismo.
É triste como cremos em tudo que os jornais e a televisão dizem e
duvidamos da Bíblia, ou da sua religião, que você diz que segue e ensina.
É triste como toda a gente quer ir para o Céu desde que não precise de
crer, nem pensar ou dizer qualquer coisa que a Bíblia ensina.
É triste como alguém dia: “Eu creio em Deus”e vive ao invés do que
proclama.
É triste como podemos mandar centenas de piadas por e-mail e elas se
espalham como fogo, mas quando tentamos algum a falar de Deus, as pessoas têm
medo de compartilhar.
É triste como o material imoral, obsceno e vulgar corre livremente na
Internet, mas um discurso público a respeito de Deus é suprimido rapidamente na
Escola e no Trabalho.
É triste como as pessoas ficam inflamadas de Cristo aos Domingos, mas
depois transformam-se em cristãos invisíveis pelo resto da semana.
Acabou com esta sentença a
resposta à única pergunta do entrevistador, mas, parece importante que as suas
palavras sejam divulgadas, pelo laxismo da sociedade doente que habita os dois
grandes Continentes.
Os comentários ficam para aqueles
que me lerem.
(1) - Billy Graham é é um pregador evangélico
norte-americano. Nasceu em 7 de Novembro de 1918 em Charlotte, Carolina do
Norte. Foi conselheiro espiritual de vários presidentes americanos. Foi ainda o
mais proeminente membro da
"Covenção Batista Sulista dos EUA".
(2) - Alusão ao ataque suicida de quatro aviões
sequestrados, tendo dois deles colidido contra as torres do World Trade Center
em Manhattan, Nova York.
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