Júlio César
(100-44 a .C.)
o grande estadista de Roma, consagrou-se como historiador com a descrição dos
relatos sobre as campanhas do seu exército contra os celtas que se espalhavam
pelos territórios que hoje, são a Suiça, França, Bélgica e Inglaterra, que
denominou “Comentários Sobre a Guerra Gálica” (58-51) com um enfoque sobre a
conquista da Gália. (1)
Até então o
largo território – a que agora chamamos Europa – vivia na barbárie, devendo-se
ao conquistador romano as primeiras medidas civilizacionais que iriam durar até
ao desaparecimento do Império Romano no Ocidente em 4 de Setembro de 476, dando-se início aquele acontecimento que os
historiadores designaram como, Idade Média. (2)
Foi um tempo
em que o predomínio da política administrativa criou o conceito de cidade, da
língua e da cultura através de vultos, como Virgílio, Ovídeo Cícero e Séneca.
É, por esse
tempo que entra nos anais da História, Clóvis, que veio a ser rei de todos os
francos (481-511) e é considerado o fundador da França, tendo-lhe cabido com a
sua atitude de conversão ao catolicismo por oposição ao arianismo (3) ter feito do território que é, hoje, a actual França, a primeira pedra da
Igreja católica na História medieval da Europa.
É um Estado que
nasceu segundo a sua vontade e é, através dele que a Europa começou a
expandir-se para todo o mundo conhecido, com os seus vários povos que após
terem tomado consciência de si mesmos, garantiram a carta de alforria e,
depois, com o usufruto desse valor ganharam o direito à emancipação civil e
política.
Foi, deste
modo, quando toma o poder, que Carlos Magno (771 –
814) que foi um grandioso e magnificente rei dos francos para unificar e
fortalecer o seu império decidiu executar uma reforma fundamental na área da educação,
algo que devia ser feito.
Alcuíno (4) é chamado a elaborar um projecto de desenvolvimento escolar que buscou reviver
o saber clássico. Para cumprir
esse desiderato a partir de 787 foram emanados decretos que recomendavam a
restauração das antigas escolas e a fundação de novas. Institucionalmente,
essas novas, podiam ser monacais, sob a responsabilidade dos mosteiros.
Essa reforma de
construir o futuro preservando o passado havia de vir a ter uma grande
responsabilidade na preparação do caminho para o Renascimento do Século XII.
Nos séculos
XII e XIII, muitas das escolas que haviam sido fundadas nesse período, ganharam
a forma de universidades medievais.
A Europa nasceu,
assim, sob o impulso cristão que lhe imprimiu o monge Alcuíno.
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(1) - Nome romano dado, na Antiguidade, para as terras
dos celtas na Europa ocidental. A Gália ocupava, então, todo o território da
França actual.
(2) - O período da Idade Média teria se iniciado com a desintegração do
Império Romano do Ocidente, no século V (476 d. C.), e terminado com o fim do
Império Romano do Oriente, com a Queda de Constantinopla, no século XV (1453 d.
C.).
(3) - O arianismo foi uma visão Cristológica sustentada
pelos seguidores de Ário, nos primeiros tempos da Igreja Cristã, que negava a
existência da consubstancialidade entre Jesus e Deus.
(4) - Alcuíno de York foi um monge inglês
beneditino, poeta, professor e sacerdote católico. Nasceu na Nortúmbria
(Grã-Bretanha), em 735, e estudou na Escola Catedral de York. Leccionou
posteriormente nessa mesma instituição durante quinze anos e ali criou uma das
melhores bibliotecas da Europa, tendo transformado a Escola em um dos maiores
centros do saber. Em 782, após de ter conhecido o imperador Carlos Magno em
Parma, foi convidado pelo monarca para cuidar dos interesses educacionais do
Império. Entre outros empreendimentos, fundou o Palácio-escola (Aula Palatina)
de Aix-la-Chapelle, no qual eram ensinadas as sete artes liberais: o trivium,
gramática, lógica e retórica; e o quadrivium, aritmética, geometria,
astronomia, e a música
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