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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

A Europa e o seu nascimento cristão




Júlio César (100-44 a.C.) o grande estadista de Roma, consagrou-se como historiador com a descrição dos relatos sobre as campanhas do seu exército contra os celtas que se espalhavam pelos territórios que hoje, são a Suiça, França, Bélgica e Inglaterra, que denominou “Comentários Sobre a Guerra Gálica” (58-51) com um enfoque sobre a conquista da Gália. (1)

Até então o largo território – a que agora chamamos Europa – vivia na barbárie, devendo-se ao conquistador romano as primeiras medidas civilizacionais que iriam durar até ao desaparecimento do Império Romano no Ocidente em 4 de Setembro de 476, dando-se  início aquele acontecimento que os historiadores designaram como, Idade Média. (2)

Foi um tempo em que o predomínio da política administrativa criou o conceito de cidade, da língua e da cultura através de vultos, como Virgílio, Ovídeo Cícero e Séneca.
É, por esse tempo que entra nos anais da História, Clóvis, que veio a ser rei de todos os francos (481-511) e é considerado o fundador da França, tendo-lhe cabido com a sua atitude de conversão ao catolicismo por oposição ao arianismo (3) ter feito do território que é, hoje, a actual França, a primeira pedra da Igreja católica na História medieval da Europa.

É um Estado que nasceu segundo a sua vontade e é, através dele que a Europa começou a expandir-se para todo o mundo conhecido, com os seus vários povos que após terem tomado consciência de si mesmos, garantiram a carta de alforria e, depois, com o usufruto desse valor ganharam o direito à emancipação civil e política.
Foi, deste modo, quando toma o poder, que Carlos Magno (771 – 814) que foi um grandioso e magnificente rei dos francos para unificar e fortalecer o seu império decidiu executar uma reforma fundamental na área da educação, algo que devia ser feito.

Alcuíno (4) é chamado a elaborar um projecto de desenvolvimento escolar que buscou reviver o saber clássico. Para cumprir esse desiderato a partir de 787 foram emanados decretos que recomendavam a restauração das antigas escolas e a fundação de novas. Institucionalmente, essas novas, podiam ser monacais, sob a responsabilidade dos mosteiros.
Essa reforma de construir o futuro preservando o passado havia de vir a ter uma grande responsabilidade na preparação do caminho para o Renascimento do Século XII.
Nos séculos XII e XIII, muitas das escolas que haviam sido fundadas nesse período, ganharam a forma de universidades medievais.
A Europa nasceu, assim, sob o impulso cristão que lhe imprimiu o monge Alcuíno.

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(1) - Nome romano dado, na Antiguidade, para as terras dos celtas na Europa ocidental. A Gália ocupava, então, todo o território da França actual.
(2)  - O período da Idade Média teria se iniciado com a desintegração do Império Romano do Ocidente, no século V (476 d. C.), e terminado com o fim do Império Romano do Oriente, com a Queda de Constantinopla, no século XV (1453 d. C.).
(3) - O arianismo foi uma visão Cristológica sustentada pelos seguidores de Ário, nos primeiros tempos da Igreja Cristã, que negava a existência da consubstancialidade entre Jesus e Deus.
(4)  - Alcuíno de York foi um monge inglês beneditino, poeta, professor e sacerdote católico. Nasceu na Nortúmbria (Grã-Bretanha), em 735, e estudou na Escola Catedral de York. Leccionou posteriormente nessa mesma instituição durante quinze anos e ali criou uma das melhores bibliotecas da Europa, tendo transformado a Escola em um dos maiores centros do saber. Em 782, após de ter conhecido o imperador Carlos Magno em Parma, foi convidado pelo monarca para cuidar dos interesses educacionais do Império. Entre outros empreendimentos, fundou o Palácio-escola (Aula Palatina) de Aix-la-Chapelle, no qual eram ensinadas as sete artes liberais: o trivium, gramática, lógica e retórica; e o quadrivium, aritmética, geometria, astronomia, e a música

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