E agora,
Que fiquei de mãos vazias
Só porque dei àquele mendigo
O sol do meu abrigo,
E a esmola que reparto
Por alguns, todos os dias?
E agora,
Que vou dizer àquele infeliz
Que espera, como se eu fosse a Vida,
A minha passagem, sempre à mesma hora?...
E àquele petiz esfaimado,
com olhos de luar?
Vou dar-lhes esta mão aberta
De onde só a Dor pode cair?...
Ah! A fome dos pobres,
Certa...
E sem a todos acudir!
Que não falem hoje deste planeta
Onde a Dor é um Mar de Fel
com marés vivas a bramir!
(Nota: Poema publicado em Livro)
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