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domingo, 28 de outubro de 2018

Um poema em Cruz de Fagundes Varella


Este poema de Fagundes Varella - um filho do Rio de Janeiro - que segundo depoimentos de contemporâneos seus da Faculdade de Direito de S. Paulo costumava andar desajeitado e com as vestes em desalinho, sempre com um esgar de dor estampado no rosto, sinais de uma vida desatinada marcada pela bebida em excesso.

Diz-se que no tempo em que perdeu a primeira esposa e o filho, encontrou na religião o consolo da sua alma, pertencendo a esse tempo um fase de poemas de carácter místico-religioso.
É dessa fase este poema em Cruz.

Morreu jovem, tendo deixado uma obra centrada no Romanismo que então se vivia nas Letras brasileiras, onde pontificou o lirismo amoroso, a religiosidade, e a exaltação da Natureza, sem contudo, deixar de aflorar o sentimento poético pelo aspecto social sobre a abolição da escravatura.


Fagundes Varella (São João Marcos, 17 de agosto de 1841 — Niterói, 18 de fevereiro de 1875) foi um poeta romantista brasileiro da 2ª Geração, patrono na Academia Brasileira de Letras
Filho do magistrado Emiliano Fagundes Varella e de Emília de Andrade, ambos de tradicionais famílias fluminenses. Era bisneto do barão de Rio Claro.

Poeta romântico e boémio inveterado, Fagundes Varella foi um dos maiores expoentes da poesia brasileira, em seu tempo. Tendo ingressado no curso de Direito (e frequentado a Faculdade de Direito de São Paulo e a Faculdade de Direito do Recife), abandonou o curso no quarto ano. Foi a transição entre a segunda e a terceira geração romântica.
Diria, reafirmando sua vocação exclusiva para a arte, no poema "Mimosa", na boca duma personagem: "Não sirvo para doutor"...

Casando-se muito novo (aos vinte e um anos) com Alice Guilhermina Luande, filha de dono de um circo, teve um filho que veio a morrer aos três meses. Este fato inspirou-lhe o poema "Cântico do Calvário", expressão máxima de seus versos, tão jovem ainda. Sobre estes versos, analisou Manuel Bandeira:
"...uma das mais belas e sentidas nênias da poesia em língua portuguesa. Nela, pela força do sentimento sincero, o Poeta atingiu aos vinte anos uma altura que, não igualada depois, permaneceu como um cimo isolado em toda a sua poesia."
Mudou-se para Paris aos 20 anos e voltou aos 27. Casou-se novamente com uma prima - Maria Belisária de Brito Lambert, sendo novamente pai de duas meninas e um menino, também falecido prematuramente.

Embriagando-se e escrevendo, faleceu ainda jovem, vivendo à custa do pai, passando boa parte do tempo no campo, seu ambiente predileto.

Fagundes Varella morreu com 34 anos de idade.

Fonte: Wikpédia, a Enciclopédia livre

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