Laurindo José da Silva Rabelo (Rio de Janeiro, 8 de julho de
1826 — Rio de Janeiro, 28 de setembro de 1864) foi um médico, professor e poeta
romântico brasileiro, patrono na Academia Brasileira de Letras.
Nasceu Laurindo Rabelo de família pobre, filho do miliciano
Ricardo José da Silva Rabelo e de Luísa Maria da Conceição.
Apesar da origem humilde, conseguiu com dificuldade vencer
as barreiras sociais, e formar-se em Medicina. Antes, porém, chegara a cursar o
Seminário de São José, ainda no Rio de Janeiro, pensando em tornar-se padre.
Vítima de preconceito e perfídias pelos colegas, decide abandonar o internato.
Almejou a carreira militar, mas da mesma forma desistiu.
Na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro iniciou o curso,
que c
No ano seguinte ingressa no Corpo de Saúde do Exército,
seguindo para o Rio Grande do Sul, onde permanece até 1863. Em 1860 tinha se
casado com Adelaide Luísa Cordeiro. De volta ao Rio, leciona no curso
preparatório para a Escola Militar as disciplinas de História, Geografia e
Português.
Apreciava a vida boêmia, gozando de grande talento satírico
e capacidade de improviso, fazendo repentes e composições de modinhas - o que
lhe granjeou grande popularidade e a alcunha de "Poeta Lagartixa" -
dada sua constituição física, "magro e desengonçado", como informa
Manuel Bandeira (vide Crítica e análises, abaixo).
Rabelo teve morte prematura, de problemas cardíacos, com
apenas trinta e oito anos de vida.
Crítica e análises
É considerado por José Marques da Cruz como um dos quatro
poetas maiores da segunda geração do Romantismo no Brasil, ao lado de Álvares
de Azevedo, Junqueira Freire e Casimiro de Abreu. Marques da Cruz assinala:
“Autor das “Meditações” , poesias sentimentais onde chora a perda de pessoas
queridas, e de versos satíricos de grande merecimento, que lhe valeram muitas
inimizades.” (in: História da Literatura, Melhoramentos, São Paulo, 8ª. ed.)
Manuel Bandeira (in: "Apresentação da Poesia
Brasileira", Ediouro), regista que sua "alegria exterior escondia
porém uma funda mágoa das dificuldades e desdéns que encontrava na vida, e essa
tristeza se reflete em acentos comoventes no poema "Adeus ao
mundo"."
José Veríssimo (em A Literatura Brasileira, ed. PDF,
www.dominiopublico.gov.br, Brasília), consigna que a primeira fase do
romantismo "pode dizer-se findo pelos anos seguintes a 1850, quando surge
uma nova geração de poetas que dão ao nosso romantismo outra direcção, com
inspiração despreocupada de patriotismo ou sequer de nacionalismo, porém por
isso mesmo talvez mais pessoal, de um sentimentalismo mais de raiz, e menos
religioso ou moralizante, admirador de Byron e de Musset e dos poetas
satânicos, como em Franca lhe chamaram, do segundo romantismo europeu. Desses
poetas, quatro ao menos, Laurindo Rabelo (1826-1864); Álvares de Azevedo
(1831-1852); Junqueira Freire (1832-1855); Casimiro de Abreu (1837-1860), todos
publicados de 1853 a 1860, são verdadeiramente notáveis por dons de
sensibilidade e de expressão que sem ter o acabado artístico dos futuros
parnasianos, lhes traduzia com esquisita felicidade os sentimentos."
Mais adiante, o mesmo autor consigna que "Os mais
populares poemas brasileiros, alguns quase adoptados pelo nosso povo como sua
poesia, na qual parece rever-se, são destes poetas incluindo (…) Dois
Impossíveis, A Minha Resolução, Saudade Branca, de Laurindo Rabelo;".
Por sua obra satírica recebeu, ainda, o epíteto de
"Bocage Brasileiro".
Fonte: Wikipédia, a Enciclopédia livre
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