"Verdes são os
Campos"
Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.
Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.
Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.
Luís de Camões
O enamorado Luís de Camões no mote - Verdes são os Campos - faz dele uma cantiga que José Afonso celebrizou, interpretando como ele o soube fazer a comparação que o Poeta estabelece entre o verde da Natureza e os olhos da mulher amada que esteve na base deste célebre poema que enaltece o bucolismo do campo onde pastava um rebanho e no qual o verde predomina a ponto de se parecer com a beleza dos olhos que traziam enfeitiçado o Poeta que tem nas lembranças do seu coração um manancial de recordações em que - a metáfora do rebanho - serve para se dizer, isso que comeis, não são ervas, não, porque tudo o que existe no campo verde são graças onde o coração torna presente a graciosidade do sujeito: a mulher amada
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