Aconteceu que no desenrolar da História, em meados do século XIX, o LIBERALISMO tenha surgido como uma palavra nova no léxico dos cidadãos europeus, como filho dilecto da Revolução Francesa e da Revolução Industrial, reagindo contra a vontade de Metternich que após o ocaso de Napoleão, advogava a restauração do absolutismo, em França, da dinastia dos Bourbon e do mesmo vir a acontecer em Portugal pela reconquista do poder por D. Miguel, desejando ver cair o governo liberalista de 1820.
O Liberalismo, saído da filosofia francesa das luzes adoptou, como é sabido a divisa "Liberdade, Igualdade, Fraternidade" e, com ela, fez carreira no seu tempo e não deixa de o tentar continuar a fazer no nosso, como se ele fosse um "Novo Testamento" laico, mas longe de levar à prática os dons apregoados pela sua divisa social, que é um dos maiores embustes apresentados ao povo, porque a "Liberdade" descambou em libertinagem, A "Igualdade" na mentira que se sabe e a "Fraternidade" no egoísmo humano que não tardou em assentar arraiais e fazer eleger, "fraternalmente", os mais próximos de um qualquer poder instalado.
Até compreendo, relativamente ao poder que estava todo nas mãos do Rei - humano ou déspota - que este fosse mitigado e tivesse passado para o Parlamento, razão que levou o Liberalismo francês a entrar em choque com o Absolutismo, preconizando o sufrágio universal, como acontecia no sistema político inglês, embora sujeito â Câmara dos Comuns que agrupava os mais válidos da Nação.
Tudo isto compreendo que assim se tivesse passado - dada a predominância do poder real, absoluto sob todas as formas - o que não compreendo é que o Liberalismo com toda sua acção social e humana, tivesse erguido como bandeira o Poder sufragado, para que no Parlamento se escolhessem os Governos - como deve ser - mas tendo sempre em atenção a bandeira do social e do humano como garantes duma equação que possa dar ao povo governado a certeza que a escolha parlamentar dos Governos ser a que, à partida e ao comum da sociedade, garante a felicidade da Nação.
Não foi o que se passou em Portugal em 4 de Outubro de 2015, porque os liberais socialistas com António Costa à proa - tendo seguido os liberais franceses, tomaram o Parlamento para escolha do Governo - mas ignoraram o bem comum que a tradição impunha, tendo escolhido, por egoísmo político para serem poder, parceiros que advogam políticas contrárias ao sentimento comum do povo de Portugal, por terem a fonte ideológica em quadrantes que se afastam da genuinidade portuguesa.
A divisa da "Fraternidade" não estava aí, mas noutro lado, mais igual e cujo sentido de liberdade não vai beber às cartilhas do despotismo,
Esse foi erro.
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