Cai chuva no céu cinzento
Cai chuva do céu cinzento
Que não tem razão de ser.
Até o meu pensamento
Tem chuva nele a escorrer.
Tenho uma grande tristeza
Acrescentada à que sinto.
Quero dizer-ma mas pesa
O quanto comigo minto.
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Fernando Pessoa
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Era, então, um jovem e este poema de Fernando Pessoa chegou-me, um dia, por um amigo pessoano que nutria pelo grande Poeta um carinho muito especial e que teve a arte de mo transmitir, sem pensar, que noutro dia - que já vai longe - a voz de Teresa Tarouca lhe havia de dar toda a carga emocional que Pessoa lhe dera ao escrever o poema.
Ele foi o inspirador deste fado.
As duas últimas quadras cantadas por Teresa Tarouca desconheço o seu autor, ao qual peço a benevolência de me autorizar a fazê-lo, até porque não podia calar a voz fadista.
Ele foi o inspirador deste fado.
As duas últimas quadras cantadas por Teresa Tarouca desconheço o seu autor, ao qual peço a benevolência de me autorizar a fazê-lo, até porque não podia calar a voz fadista.
Fica aqui, como registo de homenagem ao seu autor inicial - e ao que desconheço - e à intérprete que encheu muitos serões com a sua voz de fadista consagrada que tem neste registo, um entre muitos dos êxitos que a tornaram admirável.
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