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sábado, 23 de julho de 2016

Vamos falar de paz!



Na Carta Encíclica "Ecclesiam Suam" que foi conhecida enquanto decorria o Concílio Vaticano II (1962.65), o Papa Paulo VI disserta sobre o mandato da Igreja no Mundo contemporâneo à data da sua publicação, 6 de Agosto de 1964, fazendo desta "Carta" que dirige, também, a "todos os homens de boa vontade" um dos dez documentos sociais mais importantes desde a "Rerum Novarum", tendo-se em conta o tempo que mediou desde então até aos nossos dias.

No nº 6 desta Carta, dedicado ao "Zelo assíduo e ilimitado pela paz" estas são as palavras "ipsis-verbis" que, tendo em conta o mundo actual, cheio de perigos e ataques sangrentos contra a paz do mundo, deveriam merecer toda a atenção do homem, religioso ou não.
À grande e universal questão da paz no mundo, digamo-lo desde já, sentir-nos-erros particularmente obrigado a dirigir não só a nossa atenção vigilante e cordial, mas também o interesse mais assíduo e eficaz. Limita-se, é certo, ao âmbito do nosso ministério e está por isso alheio a qualquer interesse puramente temporal e não opta por formas propriamente políticas. Desejamos, sim, contribuir para inculcar à humanidade sentimentos e atitudes que se oponham, por um lado, a quaisquer conflitos violentos e mortíferos, mas que, por outro, favoreçam todos os ajustes corteses, razoáveis e pacíficos das relações entre os povos. E teremos igualmente cuidado de ajudar a convivência harmónica e a colaboração frutuosa entre as nações, proclamando princípios humanos superiores, que possam ajudar a moderar egoísmos e paixões, que originam os conflitos bélicos. Procuraremos também intervir, quando se nos ofereça oportunidade, para ajudar as partes contendentes a chegarem a soluções honrosas e fraternas. Não nos esquecemos de que este serviço benévolo é um dever que a maturação, não só das doutrinas mas também das instituições internacionais, torna hoje mais necessário na consciência da nossa missão cristã no mundo, cujo objecto inclui tornar os homens irmãos, porque é reino de justiça e de paz o inaugurado pela vinda de Cristo ao mundo.
O estilo epistolar da "Ecclesiam Suam" torna-se mais evidente nos pequenos e numerosos apartes que o Papa Paulo VI dirigiu aos bispos reunidos em Concílio, em “tom de conselho, de advertência ou de encorajamento”, sem se lhes querer sobrepor, mas é, também, um encorajamento ao mundo dos leigos, sobretudo, aos responsáveis pela condução dos povos, tendo deixado a  impressão dominante que a leitura do texto deixa ao leitor é que se trata de uma «carta magna» da acção pastoral da Igreja. 

O pequeno excerto que se publica é, todo ele, um modo de quem quis chegar à sociedade no seu todo orgânico, constituindo assim - olhando o tempo que passa a intemporalidade das palavras quando elas são ditadas por mentes atentas que sabem olhar o Mundo.

Podem os ateus, agnósticos ou até os católicos menos atentos dizer que são palavras "bonitas" ou "bem elaboradas", quando, na essência o que traduz a "Ecclesiam Suam" é a sabedoria do Papa Paulo VI, que foi, um dos homens mais conspícuos de todo o século XX e que sentado na "Cátedra de Pedro" não limitou o seu olhar ao pequeno mundo físico do Vaticano, mas teve a "arte e o engenho" de o dilatar sobre todo o Mundo do seu tempo.

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