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sexta-feira, 15 de julho de 2016

"A minha capa velhinha"...


FADO HILÁRIO

Voz de António Menano


A minha capa velhinha
É da cor da noite escura,
Nela quero amortalhar-me,
Quando for p'ra sepultura.

A minha capa ondulante
Feita de negro tecido,
Não é capa de estudante
É mortalha de vencido.

Ai!... Eu quero que o meu caixão
Tenha uma forma bizarra,
A forma de um coração,
Ai!... A forma de uma guitarra.

Letra e música de Augusto Hilário













Este é, possivelmente, um dos mais famosos fados de Coimbra, cabendo toda a responsabilidade poética e artística ao celebrado estudante de Coimbra, Augusto Hilário da Costa Alves.

O poeta-cantor nasceu em Viseu e chegou a Coimbra para ingressar no 1º ano de Medicina, onde não tardou a ser conhecido pela sua veia fadista e de trovador na Academia de Coimbra que o cognominou de "Rei da Alegria" que fizeram dele um dos grandes animadores dos serões, onde cantou poemas - para além dos seus - de Guerra Junqueiro e António Nobre, tendo-lhe cabido a honra de cantar de joelhos em terra na homenagem nacional ao Poeta João de Deus.

António Menano que ouvimos, deu com a sua timbrada voz a exaltação musical que a memória de Augusto Hilário merecia, tendo constituído, na altura um momento de rara beleza pelo modo como ele interpretou o sentimento coimbrão de Augusto Hilário, pelo que ouvi-lo, ainda hoje, mesmo com os defeitos que o tempo deixou marcados na gravação não deixa de ser um privilégio.


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