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sábado, 9 de julho de 2016

É preciso abanar a "árvore" da vida!

Capa do Jornal "A Paródia" de 29 de Janeiro de 1900
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Eça de Queirós - no dia em que este número do Jornal "A Paródia" chegou às bancas dos jornais - havia morrido dias antes, donde a sua aparição ao público de luto, sendo como era uma publicação alegre.

Há dias, quando os meus olhos caíram e apreciaram a homenagem a Eça de Queirós que foi um dos vultos mais grados da Literatura Portuguesa, apercebi-me que a tarja de luto que começa por envolver uma caneta, símbolo da arte do eminente escritor, continua a fazer a sua envolvência até que no cimo da capa, a chancela da data da publicação só aparece com a indicação do dia, escondendo o ano, o que me alertou para o facto de alguns homens, por aquilo que deixaram, serem de memória intemporal.

Foi assim a vida de Eça de Queirós.

Não se limitou a ficar debaixo da árvore vendo passar à sua volta o Mundo, porque com a força humana e espiritual que Deus lhe deu abanou a árvore e colheu dela os frutos com que encheu a vida da beleza da sua escrita, ora séria, ora satírica, mas sempre num modo elevado como é timbre dos grandes homens e, por isso, o ano da sua morte é irrelevante para os seus admiradores.
Os que estão vivos e os que já se foram.

Há, efectivamente, homens cuja morte não é o fim do caminho porque a sua vida é intemporal, continuando vivos para mostrar que só abanando a árvore e que se podem colher os frutos que todos podem colher.

Eis, porque, é preciso abanar a árvore da vida!

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