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quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Não estou de acordo...




Não estou de acordo - por muito que respeite o Presidente da República em quem votei - de ter promulgado "a correr" o Decreto-Lei nº 11-A/2017, aprovado pelo governo no dia 16 de Janeiro, por via electrónica e enviado "de caminho" para a Presidente da República, que lhe deu despacho no dia seguinte e nesse dia publicado no Diário da República.

Tanta pressa... para quê, se se sabia da oposição àquele diploma do PSD, PCP e BE?
E com razão. 

Basta ler o nº 1 do artigo 11º, acima reproduzido - Financiamento - para se perceber quem vai pagar esta "bondade" do governo assegurada em partes iguais pelo Orçamento de Estado e pelo Orçamento da Segurança Social, ou seja, vão ser em seu conjunto os trabalhadores a financiar as confederações patronais para que estas tivessem aceite o aumento do salário mínimo proposto pelo governo - e este tenha saído a cantar vitória - sem que os trabalhadores soubessem que o aumento acordado do seu salário - embora magro como é - iria ser sustentado por eles mesmos através de verbas compensatórias aos empregadores, retirando-as do Orçamento de Estado e com o emagrecimento da Segurança Social de onde hão-de depender, um dia, as suas reformas.

Não!
Não estou de acordo que o Presidente da República, sem hesitar perante esta "habilidade" negocial do governo, ao arrepio dos próprios partidos que o sustentam no poder e do PSD, tenha sido tão lesto na promulgação do diploma, sabendo melhor que ninguém, que o problema da diminuição percentual de 1,25% da Taxa Social Única (TSU) oferecida ao patronato pelo governo ia suscitar problemas.

Não!
Não estou de acordo que o "Presidente dos afectos" - um nome que bem merece - tenha desafectado tanto o PSD, criando um problema a Passos Coelho no Parlamento  quando este apreciar a aprovação bilateral da TSU, e, tenha entrado desta forma num assunto que ferve... e posto a ferver de propósito por quem o criou.

Não!
Não estou de acordo com o Presidente da República.
Passos Coelho - se a política fosse uma ciência certa - era merecedor de mais atenção, a começar pelo mais alto magistrado da Nação!



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