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sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

E se houvesse um pouco mais de pudor político?


Escrevo só hoje - o que vai a seguir - porque precisei de uns dias para diluir dentro do meu pensamento a fanfarronice de António Costa no primeiro debate quinzenal de 2017 ocorrido recentemente, no Parlamento.
Portugal inteiro ouviu o ele disse do seu governo extraordinário que ia garantir que o saldo das contas públicas de 2016 não seria superior a 2,3%.

E mais.

Que este feito ficava "confortavelmente abaixo" dos limite acordado com o Conselho de Ministros das Finanças da UE (Ecofin) que previa - e autorizava - um défice de 2,5%, congratulando-se "com o défice mais baixo da democracia"... sem se lembrar do ataque feito ao governo anterior de "ter ido além da troika".. quando o seu, extraordinariamente, segundo o que foi dito vai fazer o mesmo, ou seja, ultrapassar os limites...

E de caminho com a sua verborreia - onde o meio sorriso é uma malícia - invectivou as más práticas do governo anterior... mandando "às malvas" o facto daquele governo ter andado a tirar Portugal do desastre económico herdado de um governo socialista de que fez parte António Costa, que agora, sem pudor, acusou o governo de Passos Coelho e Paulo Portas de ter tido um comportamento erróneo...

É o máximo do despudor e do ataque rasteiro ao adversário.

Mas a ser assim, a ter tanto a certeza do seu governo ser extraordinário, António Costa deve legitimá-lo provocando eleições antecipadas... mas dizendo à partida ao que vai, para não voltar a acontecer o que se passou em 4 de Outubro de 2015, que foi um "golpe" que em nada abonou a favor da Democracia.

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