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sábado, 2 de janeiro de 2016

Um pedaço da vida nacinal no início do século XX


Na sala do trono, o Rei presidindo à inauguração dos trabalhos escolares, tendo à direita o Ministro da Guerra e à esquerda o corpo docente e oficiais que na Escola Militar prestavam serviço 
(legenda ipsis-verbis da foto de Joshua Benoliel, editor da Revista "Arquivo Gráfico da Vida Portuguesa entre 1903 - 1918)
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Visita Real à Escola Militar (Transcrição ipsis-verbis do texto)

Constituía sempre um acontecimento a visita anual de EI-Rei à Escola Militar - visita que, quando se realizou em 1907, no dia 30 de Outubro, impressionou bastante pelo brilhantismo maior que dos anos anteriores e pelas afirmações que ali se fizeram.
Lendo a oração de sapiência, o professor, Sr. coronel Veiga, referiu-se com verdade e desassombro à falta de apetrechamento do nosso Exército onde então só existia - como hoje ainda existem igualmente - os bons soldados de Portugal.
O Rei D. Carlos respondeu com um discurso que ficou célebre. Pois mostrou o conhecimento que o soberano tinha das realidades- e da forma de remediar o mal existente.
No entanto a festa, naquele ano. teve grande brilhantismo quinhão foi menor ao dos anos anteriores.
Esse dia foi um dia de festa na cidade. Tudo o que a soldados se refere, as vestimentas vistosas, o seu porte marcial na formatura, o luzidio dos amarelos das suas fardas de então - chama sempre a atenção do nosso povo que se junta a ver os desfiles e algozar o espectáculo das continências e evoluções.
Se, deste modo, as festas da tropa eram um motivo de encanto popular, a visita régia á Escola referida era, por sua vez, uma festa da grande família militar. Recebia a visita do seu Chefe Supremo - D. Carlos, generalíssimo do Exército de Portugal - a academia onde se formavam os futuros oficiais, os continuadores da gloriosa obra realizada.

in, "Arquivo Gráfico" . Fascículo nº 4
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Mal adivinhava o rei D. Carlos que nas suas costas a Carbonária de braço dado com a Maçonaria - ainda hoje em actividade escondida - tramavam já o seu assassinato, que ocorreria a 1 de Fevereiro de 1908, cerca de 3 meses depois, um acto que pesassem, embora, todas as diferenças de credo político, ficará para sempre como uma mancha da República e que, de modo algum podemos aprovar.

É por causa disto que não gosto de ouvir falar da "ética republicana" porque se é ético matar para se impor, estão desculpados todos os crimes que hoje vemos acontecer pelo Mundo fora.

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