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sábado, 29 de agosto de 2015

A reposição do feriado de 1 de Dezembro é uma imposição nacional


Monumento à Independência de Portugal - Praça dos Restauradores. Lisboa
Gravura publicada pela Revista "Occidente"
de 1 de Maio de 1886


O monumento à independência nacional de 1640 foi inaugurado no dia 29 de Abril de 1886 e, logo, no mês seguinte a célebre Revista "Occidente" trouxe a público uma esmerada notícia sobre tão magno acontecimento e onde podemos ler o seguinte, de acordo com a grafia actual:

Para levantar o monumento que acaba de ser inaugurado, abriu a Comissão Central 1º de Dezembro de 1640 um concurso para o projecto do monumento, mas sem resultado prático, porque os projectos apresentados não satisfazeram.
Encarregou então o professor da Academia de Belas Artes de Lisboa, sr. António Thomaz da Fonseca, de elaborar o referido projecto e o distinto professor, de tal arte se houve que conseguiu apresentar um projecto que satisfez com pequenas modificações a comissão técnica, para esse fim nomeada e composta dos sócios os srs. Augusto Xavier Palmeirim, João Maria Feijó e Miguel Baptista Maciel.

Aprovado o modelo em sessão de 7 de Julho de 1877, foi depois em 4 do mês seguinte resolvida a sua construção, assim como o de ser dada por empreitada ao sr. Sérgio Augusto de Barros, contratando por escritura pública a construção do monumento, ma parte respeitante ao trabalho de pedra e erecção pela quantia de 22.000$000.

Para fazer face a esta despesa e às mais que o monumento exigia para a sua completa conclusão (acabaria por custar 45.000$000) recorreu a Comissão  à subscrição pública em Portugal e Brasil, sendo a subscrição dos nossos irmãos do Brasil a mais avultada, para que muito influiu o digno vogal da Comissão, o Ex.mo sr. Visconde de Sanches de Baena, especialmente no Rio de Janeiro e o Ex.mo sr. Comendador Francisco Lourenço da Fonseca em outras terras do Império.

O monumento compõe-se de um envasamento de 4,70 metros, de um pedestal com 6,90 metros, altico de 3,20 metros e o obelisco de 14,60 metros, dando um total de altura de próximo de 30 metros.
O aspecto geral do monumento é harmonioso e agradável. A sua execução é primorosa na parte que respeita ao trabalho de canteiro e de escultura em pedra, devendo-se especializar-se as quatro coroas de louro entrelançadas com palmas que assentam nos quatro ângulos do pedestal e os dois troféus colocados nas faces do altico que olham para este e oeste.

As estátuas que assentam sobre o pedestal, nas faces norte e sul do monumento, são verdadeiramente grandiosas e honram os escultores que as produziam, porque são duas esculturas de primeira ordem, tanto no nosso País como em qualquer outro que se apresentassem.
Estas estátuas representam a Independência e o Génio da Vitória e são obra dos escultores srs. Alberto Nunes e Simões de Almeida.


O Génio da Independência


O Génio da Vitória


Por tudo isto, agora que Portugal - de outro modo - ganhou uma nova independência, estando livre da "troika" que vasculhou trimestralmente durante três anos o resgate do empréstimo a que nos vimos sujeitos e tendo em atenção o amor patriótico com que este célebre monumento da Praça dos Restauradores, em Lisboa, foi feito, pede-se que seja reposto no calendário dos feriados nacionais o dia 1º de Dezembro.

Valeu?

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